Powered By Blogger

sábado, 31 de dezembro de 2011

perfeição.

Às vezes pego-me matutando sobre a perfeição,
E ai de mim que não sou perfeito e busquei nela a resposta para infinitos desamores.
Às vezes quase que sem querer penso “no bom som dos elogios”, das piadas de bom moço,
E de repente volto ao estado de uma duvida que ainda paira nas vestes do meu ego.
Medo de machucar, de pular para o lado errado, um policiamento exagerado, e uma recriminação quase fascista. Um gélido sentimento de arrependimento, uma farsa “perfeccionista” enrustida de desgosto e estranheza. Um sentimento de velório, um detalhe que faz falta e outro que me pune com um jeito indiscreto que vibra dentro de minha mente.
Então para que perfeição? Se não para enfeitar o orgulho alheio a meu respeito.

Toda depressão.

Toda depressão é cortante,
Veneno e seus rituais de matar.
Drogas e asilos.

Todo tédio que já não crê em mim,
Toda faca que já não corta.
Toda dor e todo sangue,
O mesmo eu das antigas.

Toda depressão é regressiva,
Mal estar,
Equilíbrio submergido.

Um trago de vinho,
Um engolir de dores,
Um mar de flechas e pedradas.

Espelho e fios da navalha.
Vidros e decapitação,
Desorientados movem-se
Em direção à subversão dos amores tingidos,
Mal criados.

Aplausos e encenações,
Adeus cumplices,
Tudo que não tem nexo.
Objeto de tanta amargura é o silencio,
E uma paz que não existe mais.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Arrogância...

Ser humano,
E por que ser?
Necessário seria morrer...

E deixar de se reconhecer.
Entre tudo que ainda fica no rosto,
Poeira e outros atritos.

Ser e morrer sendo um nada,
Além de atitudes manipuladas,
Além de ricos e pobres,
Todos a mesma imagem da putrefação.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Para quem tem fome...

A um mundo empoeirado,
Que já quer a morte desde a vida,
Que nos deixa sem muitas escolhas
E que no fim nos mata e nos engole.

E a terra suga o que sobrou de nossa carne
Sobre inferno e o castigo do verão.

Morremos de fome, desnutridos...
Amarelos, pálidos e sem caixões.
Em covas rasas, sete palmos no máximo.
Somos plantados pra virar adubo.

Enquanto há vida o sangue estremece,
Nas veias mal irrigadas por nutrientes.
Um pão pela manhã e outro à tarde.
Pão seco, quase sem trigo, quase mofado.

A cena das casas de barro, do chão batido com pés laxados,
Parede preta, fogão de lenha improvisado.

Água de cacimba, resto de lata para as necessidades,
Pedaços de gravetos, um feijão azedado.

Um trisco de algo pra comer, levantar para viver,
e depois morrer com a morte de sempre, oh tédio!

Uma brasa que não tem fim,
O choro de fome do filho magrelo,
O mesmo olhar de tristeza que enrijece o olhar “feminino”
A ausência de um eu.

Não me reconheço! Talvez exclame alguém,
Essa vida atrevida que teima em tirar do rosto
Até a lagrima que humedece a dor.

A lata que vai na cabeça, descalça, moleques andando,
Com as mesmas barrigas grandes, pernas finas, e retalhos de pano,
Revestindo o corpo.

Aguas e coliformes fecais,
Caramujos, fezes de cavalos em açudes.

O mesmo cheiro de fumaça,
O mesmo barulho da barriga fazia.
O mesmo mingau azul com cinco porções a mais de água que leite.

O mesmo gosto amargo, sem compaixão.
A mesma miséria que nos deixa acordados,
A mesma pobreza que dizem ser natural.

A mesma morte,
E morremos duas vezes, em vida, e na morte.
Mas essa deve ser o alivio para um inferno,
Será que ainda devo passar por outro?
O fato é que, a terra não terá muito o que comer,
Pois carne me sobra pouca.

De uma vida desnutrida, devo ter nascido fadado para a miséria,
Pois já ouvi de passagem alguém comentar, que no mundo só cabe “lugar”
Para quem já nasceu em berço de ouro.
Meu senhor me desculpe, ter tomados de vós tanto pão mofado,
Tanta esmola, tanta fruta podre dada com cara feia eu devo ser muito atrevido!

Agora se me dão licença eu vou deitar na minha cova rasa,
Que é pra não perturbar mais os doutores com meus pedidos impertinentes!

sábado, 12 de novembro de 2011

QUERER

Eu te quero,
Mesmo que a sombra do infinito
Teime em subverter meu canto.
Eu te desejo, mesmo que a impossibilidade
Venha desafinar a melodia que é sonhar.

Ainda te vejo,
Em tudo que faço,
Na noite,
No dia.

Ainda anseio,
O calor do teu corpo
Aquecendo meus ossos.

Te quero,
A não importa o tempo,
Não importa que tenha que suportar,
A ausência do mar, e o barulho das ondas.

Mesmo tendo a certeza negativa
Te desejo,
Anelo vê-la pela manhã
E a noite descanso em teus braços castos.

Tudo isso não faz diferença,
A distancia, a utopia, a incerteza
E a certeza absoluta que não te terei.
Não lamento,
Mas penso,
Não me mato,
Mas tenho que compartilhar,
Tento persuadir,
Tento não morrer de dores de perda.

Não importa o passado,
Nem o jeito suicida,
Do tempo que me avisou,
Que me deixou arrepios,

Ainda sim,
Quero-te e não imaginas,
O quanto de ti sobrevive na parte interior da pele.
Não imaginas, mas só eu sei, o pecado que amarrou por pudor,
Por compaixão dos meus valores.

Às vezes sinto teu pulso
Atravessar o vento,
Às vezes penso no tempo
E nas pegadas que ele deixou.

Não quero pecar como deuses,
E amar como homens,

Quero puder calar a boca com beijos,
Quero te surpreender quando pegares no sono,
E em teus sonhos a tua janela abrir,
Eu subir os degraus, e te dizer mais uma vez
Que o amor ficou um pouco mais perto de mim.

Mas não posso,
Nem devo passar da linha que divide
Não posso ir além,
Estou limitado, então
Sonho, pois isso nutre a distancia,
Isso me deixa, quiçá mais perto de ti.

Mas...

Quando sentirdes um soprar com carinho,
Em teu pescoço um beijo atrevido,
E quando sonhares,
Pena não ser verdade, deve ser sonho,
Devem ser quimeras,
Devem ser ruinas do sentimento que ficou.

Adeus, abraçado com o vento,
Dormirei para te encontrar,
Nos braços do sono à embalar,
A vontade de te ter aqui.
Pra sempre, ou por minutos eternos.

Doces devaneios,
Ou simples delírios,
Se me importar com isso,
Não valeu apena,

Mas fecho a porta,
Abro os olhos,
E vou continuar te querendo,
Nesse labirinto,
Quantos questionamentos,
Amor, ô amor! Por que tinha que ser você?

Mas a faca que cortou,
As raízes e os sentimentos,
Não são como o lápis que desenha
O livro preferido.

Não escolhemos as cores,
Ou o traço favorito.
Tudo é marcado á ferro,
Sem duvidas ou receios,

Sentimento esquizofrênico,
Idealizador,
Manipulador,
Mas a sensação é a mesma,
Quando te vi pela primeira vez,
Vestida de fada,
Vestida de musa,
Vestida para ser minha.

Ainda te vejo assim,
Não mudou nada,
Mas deixo o tempo,
Que ele já fez suas escolhas,
Ele já deixou taxativo,

Agora o que resta é buscar,
As lembranças mais alegres,
As mais firmes...
E tentar eterniza-las, mais nada.

NOVOS BURGUESES...

Eu sou banqueiro,
Sou doutor, sou médico,
Sou artista
Sou sonegador,
Sou maquina,
E não sou nada,

Empresário,
Cafona,
Cheio de banca,
Paletó, gravatinha, almofadinhas.

Eu não sou nada...
Sou um corpo,
Sou uma mente,
Inerte mente.
Sou demente,
Status?

“Crises de riso”

Vencedores,
Perdedores,
Humanos,
Só Humanos!

Deixa de banca rapá!
Deixa de arrogância,
Deixa de intolerância,
Deixa de ser,
Deixa de imitar,
Deixa de querer ser onipotente,
Senhores de meia pataca.

Aí filhinhos!
Engoma a camisa filhinho,
Não me mata de vergonha menina!
Não deita no colo menina!
“Usa saia longa menina”

“Trabalha num banco menina”
Seja empresaria menina, e se possível.
Torne-se sanguessuga.
“Se escraviza menina e menino”
Mas seja “grande”...
Seja alguém...

Sentiram a “incoerência”?
“Dê exemplo menina”
Cheira a perfume caro,
Veste-se com vestidos belíssimos,
E deixa retalhos para perdedores.

Manipuladores...
“Que essa burguesia nem fede nem cheira”
E os novos burgueses esquecem-se do paladar da fome,
Da discriminação,
Do tapa na face, para se tornarem novos ricos,
Novos ganhadores de fortunas,
Novos imbecis sociais,
sociopatas de seu próprio ser.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quero saber...

Quem é ela?
Que aos poucos retira
O ar que ainda resta nos pulmões,

Quem é essa pessoa?
Que me olhando
Já fez valer apena
E que sorrindo me deixou estático?

Fiquei nas ladeiras,
Engolindo o vento que te levou,
E ainda sim, pergunto.
Quem és tu?

Que aos poucos
Deu-me certezas,

Tua beleza,
Teu olhar,
Teu jeito de falar,
Tua face,
Teus disfarces,

Mas para onde tens ido?
Qual teu caminho?
E qual o destino que te levaria para mim?

Doces pensamentos,
Frias conclusões,
Que o amor também é arte do desconhecido,
É gélido, é imaginário.

Mas imaginando
Ainda te vejo em constelações,

Ora! Quem é você?
O que tens para mim?
Que nos sonhos ainda ousas adentrar
Como uma invasora, e a mais amada de todas.

Reclino-me
E reconheço minha condição,
Partilho a decepção que é inerente a carne humana.
Simplesmente aceito o paladar da inconveniência do destino,

Mas teus sorrisos ainda marcam o quadro na parede
Insana de meus calafrios,
Ainda vives e divides tua face
Em minha vida.

Pena, que o destino
Tem uma mão dura,
Ainda peço perdão,
Pela indiscrição de meus versos.
Mas teu cheiro me marca
Cheiro de doces lírios,
Cheiro próprio,
Cheiro de deusa,

Teus encantos
Ainda estão nos cantos
Dos meus pensamentos,

Tua cor,
Teu paladar,
Teu jeito de amar,
Teu jeito de me deter.

Amanhecer...
É buscar teu carinho,
E o cálice de vinho,
É te amar e não perceber,
Que as flores não restam mais,

Que o conformismo deve ser
O caminho a ser trilhado,
Pelas ondas do passado,
Passado cíclico.

Mas deixe-me te olhar,
Por segundos imaginar
Que o destino que ousou me deixar
Também foi um bom amigo,
Não quero mais
Que a imaginação do veludo de teus lábios,
De tua derme em leite derramado.

Quero imaginar,
Só imaginar
Pois o pecado há de ser menor.

Mas não quero excluir meus pensamentos,
Não quero apagar em nem um momento,
O flerte que tinha com você.

Loucura?
Que seja então!
Que seja mais, ou menos!
Mas deixar que o tempo te apague,
É um frio contraste do que quero de verdade.

O banquete, o cinismo,
Sei que ousadia impera em minhas palavras,
Mas Deus, Ô Deus! Perdoai-me!
A intenção é o inverso do talento
Singular do amor, em fazer errar, em fazer deixar
De lado o pudor e todo valor que a vida ensinou.

Mas quem é você?
Deixe que o sol mostre teu rosto.
Só te peço, nada mais,
Pois querer é possível aos sonhadores,
Possuir é pretensão dos senhores.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O mar e você

Numa bela tarde,
A gente senta na frente do mar,
Colocamos os olhos na imensidão,
De algumas fulguras, de certos receios.

O sol descendo, sendo engolido,
E ali parado tudo faz um sentido,
E a vida é lembrar-se de tudo que aconteceu,
Que por alguns caprichos não vingou.

Vemos nosso passado,
Pegamo-nos com a mão,
E o coração esperando novas palpitações.

Pena não ter teu sorriso,
Pena, não há reflexo te teu ser, em mim numa tarde.
Numa praia, entre as pedras, refletindo sobre eu e quem sabe você.

O certo é que ainda me contendo com o pecado.
Ainda fico sentado, olhando o sol se pôr para dar lugar a uma noite
Prenuncio de um novo dia.

As ondas batendo,
O tempo me querendo,
Eu sufocando, eu te olhando,
Em espelhos imaginários.

Ainda não sei
Se o amor que se foi,
Foi uma vida que não tive,
Ou um pedaço de ti que se desviou,

Fico aqui, tudo colorido, olho para o céu já escuro.
Olho para as estrelas que repartem teus encantos,
Teu senso de colocar a mão em meu destino,

Eu me lembro de ti, como as rugas que marcam com o tempo.
Lembro-me, pois teu cheiro ainda ousa encontrar-me nas tardes,
Ainda te quero e te querendo vou repartindo meus desabafos
Com o outro lado do oceano,
Eu te olhando, em frestas que se abriram com o tempo.

Eu viajei além-mar,
Eu me encantei,
Eu entreguei um pedaço que sobrou de mim.
Se pensas em me resgatar, me encontre em teus cochilos,
Tenha a certeza que ainda divido sonhos,
Ainda te vejo nas lacunas de meus pensamentos.

Te imagino, nem mais, nem menos
Que a imaginação que acalentava meu sonho
Num passado que jaz remoto.

Não posso mais conversar com ninguém,
Mas troco meus delírios com o mar.
Ô mar! Leva minha vida para os lábios que
Ainda anelo,
Leva-me daqui,
Ou mata-me pelo meu pecado, pelo meu atrevimento.

Olhar o mar já fez sentido,
Hoje é passar o tempo,
Descrevendo contos,
Elevando a alma,
Buscando a calma
Que a tua distancia me levou.

E os amores sempre platônicos,
A gente não sente, a gente cria,
E como toda criação, a gente cuida,
A gente embala.

Não te surpreenda,
Se um dia ouvirdes minha voz,
Envolver sem querer, e tocar teus ouvidos,
Para dizer que amanhecer é tudo,
E que ainda vivo na primavera,
Que se encontrava em teus sorrisos.

domingo, 6 de novembro de 2011

por que morte?

Ô morte!
Silencio em tuas entranhas.

Por que morte?
Por que não vida?

Por que essa palavra mastiga?
Por que nos deixa angustiados?

Ô morte!
Onde?

Teus amores,
Se existem são dores,
Um peito seco...

Ô morte,
Senhores viram pó...

Jaz um túmulo,
Jaz defunto,

Em teus braços fecundos...
Não há noite ou dia...

Não há madames, ou princesas,
Donzelas ou mancebos, só podres carnes.
Só homem que não é mais homem
Em putrefação.
Recordação?
Lapide, epitáfio,

Morte, mas por quê?
Teus braços vêm acalentar a frieza
Da falta de ar,

Por que não outra palavra mais gentil?
Por que tinha que ser morte?
Com tua mão fria, e com tua frieza?
Com tua solidão leviana...

Então morte, já que é morte.
Deixe-me um pouco mais de vida...

enfim...

Não fui eu,
Que hibernando deixou-te no frio,
Nem tão pouco quis mais que a mortalha
De uma lembrança marcada pelo contentamento.

E a ausência?
Faltei-te com respeito
Por amar-te mais que podia,
Enfrentei até o medo de não estar perfeito.
E na imperfeição desci entre as sepulturas.

Mas ainda sim, não fui eu...
Que apagou a luz,
Que deixou ofuscado o resto de pudor
Que tive por mim.

Não quis o sofrimento,
Não cultivei a empáfia.
Não te tratei, nem coloquei barreiras,

O teu canto ficou guardado,
Mas ainda sim, devo ter amado mais
Que o corpo suportaria.

A agonia não foi presente,
Nem o estalar de meus dedos,
Nem o ranger de dentes,
Nem a cisma de viver “parado”
Não fui eu que prometi calado
As vestes da insana loucura da eternidade,
Nem fulguras ou vaidades...
Nem meia verdade...

Eu só quis te amar
E te amando perdi a noção...
Perdi a razão, perdi eu e você.

sábado, 5 de novembro de 2011

decepção...

Decepção é a arte da subversão do que foi..
Foi e não é mais, nem será.
Foi pra não voltar.

E as portas se fecharam,
Trancafiados na ilusão
Patológica de que tudo é eterno.
Doce delírio.

E quando abrimos os olhos,
Vemos as marcas que fustigaram nossos
Inocentes desejos ...

Devaneio de quem acha que tudo que é será,
Mas a decepção é prova das fraquezas do ser,
Seus labirintos, o que é, muda, se transforma.

O toque e a sentença dos desafios,
Os calafrios da raiva e do lamento,
A chave que não mais abri,

E a carne, que mudou.
Mudaram tudo, e mudam todos...
Os ossos alongados, fios de carne cortados.
Em faca suja, impregnada de passado
A ferrugem que já levou a parte de ti.

Portanto não chore
Quando alguém te “maltratar”
Não te surpreenda quando a boca secar
Com a certeza “reprimida” que o vento
Levou o que sobrou da persona de alguém.

politicamente "corretos"

Mostrar a cara,
Pintar gestos,
Figurar,
Ser boa pinta,
Escovar cabelo,
Viver de joelhos
Repartir migalhas,
Ser engomadinho,
Moderado
Conservador,
Observador,
Politico e politiqueiro.
Piegas e “data vênia”, safado.
Oportunista,
Bandidão de primeira linha
Ser uma figura amada,
Roubar, furtar, sentir-se ousado.
Escandalizar seu lar, e ser o exemplo de família.
Incoerente, descrente, mentirosos, ser certinho...
Certinho?
Só sorrisos para descrever meu sentimento.
Politicamente corretos, não falam nada...
Criticam tudo,
Mascaram-se, e não vivem, são bonecos enfeitados.
São o exemplo da boa sociedade,
Maquiavel já dizia,
“Os fins justificam os meios”,
Mas tenhamos cuidado,
Com os hábitos dos “vigaristas mal amados”
Cuidado para não cair no conto do vigário
Cuidado para não ser contaminado,
Com os sepulcros caiados que vivem disseminando a falsidade
E hipocrisia.

lágrimas...

Alguém disse:
Chorar é ruim...
E eu quero desabar em sonhos de lágrimas.
Pois a frieza da falta de desabafo
Preenche o espaço em minhas veias.

É ruim não chorar,
Não tecer lagrimas entre as marcas na face.
É ruim tentar engolir o arrepio da tristeza.

Eu tento naufragar em doses obsoletas
De prantos e bons lamentos,
Mas tudo é tão sem graça,
Artificial, dramático
Que nem vale apena perder o tempo
Tentando lamentar as frustrações.

E a carne grita por um único sussurro de medo,
Por uma ameaça de desventuras,
Já chorei, já esganei as cordas vocais com gritos,
Já umedeci meu rosto com boas lagrimas amigas.

Hoje a saudade do choro, é sorrir em multidões desinteressadas,
Meu pranto por certo enrijeceu, enrijeceu também minhas pálpebras
Com a falta do liquido que nos faz perder, a vergonha de ter dores inerentes à carne.

domingo, 30 de outubro de 2011

por trás da íris de teus olhos...

Nas asas e boas asas do tempo,
Continuo olhando o cais por trás de teus olhos.
O vinho do porto, suave, delicado que se derrama em teu olhar
Negro, acentuado.

O toque aveludado de tua pele que pude tocar.
O manjar em teus lábios, a suplica a que venho falar.
Queixo-me de tua ausência, anseio teu paladar.

Renuncio cada verbo, em pecado de amar,
Em fustigar meus desejos.
Ensejar teus carinhos.

Morrer e não me contentar.
Quero sonhar, e em sonhos repartir tua presença
Quero a descrença que não pude olhar, que não pude vingar
Os desejos que ainda ardem e cortam a pele.

Em teus olhos.
Teu sinal marcante,
A seda em fios delicados,
Cabelo negro,
Negro olhar.

Quero-te amiga, quero-te amar
Quero enganar o já confuso labirinto
Que espanta um mar de buscar
O sorriso que te enche a boca
Que te enfeita a face. Quero disfarces, quero você
Quero-te menina e mulher, senhora de contos infinitos.
Quero dar-lhe gritos, de alegria, de fantasias, de devaneios.

O leite que te toca a derme,
Só o que quero é te ter.
Desculpe minha pretensão,
Mas de ilusão e quimeras também vive quem teima amar.

gotas...

As gotas de sangue são oportunistas.
E quem disse que seria diferente?
A dor ainda atrapalha a visão.
E o cálice ainda é agre doce.

No lábio fica a inveja,
Clamo para ir adiante.
Adianta?
Quem sabe os cortes e cicatrizes podem fechar.

Eu ainda posso...
Eu ainda quero
Eu suporto,

Mas essa é a questão...
As gotas já não sabem
Já não dizem.

E eu fico com um suor descendo pela testa.
Em poucos golpes lapidados no pé do estomago.
Um desdém, um deboche.

As marcas de um destino que só teima.
Só atrapalha, vinga-se, em uma mortalha chamada “saudade”
Morte, até quando morte?
Eu ainda busco o fio cortante de tua navalha,
Tuas entranhas, teu paladar pálido.
Um ar suicida,
Uma armadilha,
Vida para quê vida?
E eu ainda te quero,
Como a amante mais perfeita...

E tudo é resumido
Em teus assobios,
Tuas lembranças

Deixe-me
Não me faça fustigado.
Eu te quero,
Eu imploro,
Até mais ver.

sábado, 29 de outubro de 2011

espelho meu...

Dentro daquele espelho deve existir.
Um pedaço do mundo que ficou.
Dentro de mim deve haver, um pedaço de espelhos.

Devo sentir, devo ser, mas a minha mascara ainda é surreal.
Pobre dos que acreditam na farsa, pobre de mim que acreditei.
Em sonhos, em escolhas, em planos.

Tudo é definido pelo elo de sentimentos enraizados.
E pra mim, nada é desastre, nada é tragédia.
Tudo é certo, tudo é pontual, e eu ainda tento observar o outro lado do espelho.

O que me dizes amigo? Quem eu sou além dessa imagem que nem sei se é real?
As duvidas devem subtrair meus enigmas, meus encantos.
Mas esteja certo que eu estou lá, em algum lugar do meu espelho.

ainda...

Ainda sinto teus bons olhos, buscar o que ficou de mim.
No meio da vida, no meio do nada.
Ainda sinto abraços quando a noite me renega.
Quando as pessoas teimam não perceber minha presença.

Ainda choro, ainda canto, ainda declaro palavrões,
Ainda subverto meus encantos.
Ainda vivo, ainda espero, ainda quero o mar que se afastou de mim.

Ainda estrago teu jardim, para chamar tua atenção.
Eu vivo, eu morro, eu simplesmente eu e mais ninguém.
Ainda olho por trás dos ombros, teu sorriso, ainda te espero em avenidas,
Ainda sofro, ainda grito, ainda mastigo meu passado, ainda anseio meu futuro.

Adeus,
Que o ar mórbido ainda suplica pelas noites que não dormi.
Adeus, que ainda te espero com punhais, com flores, com um ar piegas,
Adeus, que o que resta do amor é pranto e a saudade que lateja nas madrugadas,
Nas manhãs ensolaradas e nas noites frias isoladas.

na veia...

Ainda vejo o céu azul, mesmo que a noite teime em mascarar seus encantos, vejo-o como sempre imaginei, como sempre busquei. Na vida tive medo de não estar, estive cego, cético e inoportunamente ridículo. Uma sensação de desprezo que ainda toca a minha derme, a agonia introspectiva, o suor frio e o medo de deixar de ser o que eu sempre ousei ser.
Esse deve ser o pecado original, o medo de estar mal, o desejo de viver por viver. Abrir os olhos e ver o mundo em segundos de pedir tudo de volta e você sem pressa dizer “obrigado” por ter me deixado descer mais um pouco na minha ousadia, em querer ser e temer ser quem você é, se drogar, triturar por minutos de devaneios a carne que suplica por uma explicação, na contra mão do inverno, na imitação de um inferno escravizar o corpo por goles desnecessários de “vida ou morte”.
Eu ainda vejo o céu brilhar, vejo encantos, vejo minuciosas luzes, vejo a ausência de cores quando a noite cai em assobios mal amados, eu não precisei de drogas e sua navalha, não precisei viver para crer que o mar de pecados eram simples traços que enfeitavam a calçada de meu bairro.
Eu precisei viver, só o que eu precisei foi ver e enxergar, para notar que o céu não deixou de ser azul quiçá o tempo para pôr ordem em meus sentimentos, pois olhar o que não queremos já é se acovardar sem pensar nas consequências.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Prazeres...

O medo de cair,
Não levantar e ficar parado...
O estrago dos ferimentos,
Hematomas, dor, cólicas.

A vida e a linha,
A linha da ingratidão.
O medo de não levantar mais,

Adoecer...
Perder...
Ter compaixão.

Ter medo de viver
Nascer sem ter vivido.
O simples fato de perder o equilíbrio.
E “cair”.

Sentar no meio fio.
Encher de versos a miséria.
Tentar parar, tentar fugir.

Reagir, mas como? Para onde?
Qual o destino que resta?
Para quem já não tem destino?

É morrer, nem saber o que foi a vida.
Espantoso.
Cruel.
O revés de ter querido.
Ter montado, ter cuspido.

Não faz sentido existir.
Não faz sentido ter que acordar
Para como maquina montar
O seu futuro, o seu destino, a crueldade.

Alimentar-se para sobreviver.
Enquanto morremos por não saber.
A cor e o sabor do alimento, do prazer.

É parar e corrigir, o medo que impregnou os anseios.
Que ceifou os instintos, que transformou num coração,
Rígido, frio, congelado.
Aquilo que no cerne é quente, humano.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

cana...

É na cana que o corpo grita...
É da cana que sobrevivemos.
Empurrados pelo caldo, pela poeira, pelo pó das queimadas.
Corre menino!
Corre que lá vem o guarda da usina!

Enquanto rouba cana, e suga o sangue de suas vísceras.
É a cana que engole, que atropela, que envenena, que desertifica..
A terra, o povo.
Jovens matutam, descem serra, sobem serra...

É a cana e a cara de quem ficou incrustado de pele, de sumo
Do açúcar, do corte, das raízes.

Corre pelos latifúndios, morre de fome...
Morte única, morte comum, morte que deixa homem “terra”.
É a cana e a zona que foi mata, e de mata só tem nome.
Zona verde, deserto seco, deserto vegetal.

São homens, indústria, e depois de mastigados serão vomitados.

domingo, 9 de outubro de 2011

madrugada.

É no silencio mórbido, que eu lembro...
Que a madrugada chegou e em nada mudou o dia.
Acordado tento dormir...
Em frente ao espelho reconheço a falta de postura...

A largura do quarto
O deserto que o engoliu, e um beijo seco da noite,
Invade meus poros.

A solidão, o brilho suave das estrelas,
Nas brechas das paredes, refletem o significado de tudo.
Tento não chorar, tento apalpar o vento úmido que toma conta de tudo.
Sem folego, sem medo, sem nada.

Apago a luz...
Até mais vê-los!

loucos...

O que é a loucura? Se não a síntese certeira da ausência da realidade? O que pensam os que não pensam, os que se deixam levar pelo espirito do irreal, da subversão do espaço? Eu trato de não tecer elementos, essa mística do fio da navalha, de andar cambaleando por entre os labirintos, pensar, raciocinar ou simplesmente deixar agir um terceiro elemento chamado ópio. É dessecar o nível de fatores que ainda sim se mostram maiores, menores que o vento, cabe numa caixinha de papel, ou numa casquinha de noz. O sentido é que a realidade é apenas um ponto, um ponto entre o ser e o existir, a loucura é desbotar ou enfeitar um mundo que já existe, ou simplesmente deixa-lo cinza, alveja-lo, ultraja-lo.

sábado, 8 de outubro de 2011

o passado desbotado...

Eu, andando e mastigando o tempo.
Na contra mão do pensamento,
Nas fileiras do bem estar.

Eu quis navegar,
Eu quis seguir o ritmo,
E fiquei sem falar,
Fiquei sem grito.

Eu que quimeras adormeci
Eu que vi instantes sublinhados
Eu me peguei acordado, vendo o mundo dar voltas.

Eu não tive culpa,
Eu não tive medo.
Receio talvez.
E uma ponta de compaixão.

Eu me peguei assistindo
Eu me peguei sobre o ópio,
O fim dos lagrimas,
Eu retoquei meu espanto.
Eu caí num pranto, e acordei.

Sem lacunas,
Sem brechas,
Sem coisa alguma,
Eu simplesmente sonhei.
E hoje vejo o inverso do futuro
Que se formou,
Num passado que já ficou,
Nos calendários, na lembrança.

Borrada talvez,
Manchada quem sabe.
Mas ainda está lá.
Gravado, marcado, absorvido pelo espirito saudosista.
Até que a morte os separe.

domingo, 2 de outubro de 2011

é assim!

Esse é meu ponto...
Voltar e reconduzir meus amores
O peito que ainda dores
Restam e ficaram por anos...

O fim foi o medo
E o começo da solidão...
Então espero um abraço
Daqueles braços que diziam
Que falavam
Que deixavam cordialidades.

Es aí o passado,
Em meus recados
Guardado em caixas
Em cartas, em fotos.

E tudo que eu queria
Um pedaço doce
Uma forma violenta de dizer
Alguma coisa subversiva, agressiva, intransigente.

Então a Deus, por Deus!
Volte que o passado não volta,
Nem deixa esquinas, nem brechas, nem coisa alguma.

O silencio prosperou, e você não viu
Nem se espantou.
E em vértices ignorou
O frio que me fez passar.
Então deixa o vento levar
O pedaço de ti
Que ainda resta em mim.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

?

Eu continuo parando,
Refletindo em viadutos imaginários,
Continuo pensando, sobre o opio que me levou
Da realidade.

Sobre loucas beldades,
Em becos sem saída, mil milhas, perdão.
Continuo em becos estreitos, em vielas fétidas.
Continuo na confusão diária, e entre meu pensamento
Existe um ser em mim, que não quer mais ser.

Existe uma recusa,
Um universo paralelo, ao meu.
E nesse instante eu tenho certeza
Acabei de perder contato com a realidade.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

olhos...

Teus olhos
Se fundem em pequenos espelhos,
Dois oceanos, tranquilos, instigantes.

Olhos marcantes, profundos...
Teu olhar que vai além do espaço normal
Transcende a existência, nos deixa parados, perdidos,
Ansiosos por mais um olhar.

Olhos de amiga,
Perfil sereno, pequeno,
Sorriso traçado com esmero,
Cautela, e uma paz que alcança sem querer.

Um mar em tentar,
Aproximar dos olhos em pequenos traços,
Em arredondados seres brilhantes,
Cair da noite, e uma licença que a lua pede,
Para tirar pedaços de encantos.

Minha boa amiga,
Que a ousadia não me falta para dizer,
Que olhar pra você
É está certo que a beleza, é dividida em pontos distantes
Mas que se deixam tocar, num paradoxo sem modos,

Que a humildade e a vaidade te fazem crescer,
Que teus olhos ainda me fazem sonhar,
Com o fundo do mar, e todos seus mistérios.
E mais nada.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

lembranças, esquecimentos.

Quantos lados
Os opostos te atraem
E se vão, sem um adeus.

E em sorrisos, serras e montanhas
Vales e cordilheiras, lugares, espantos.

Em quantos dias teu pequeno paço se refaz.
E o vento, veneno em olhos marcados pela ignorância
Distancia entre polos e lugares.

O que restou do passado foi isso...
Um único ponto de interrogação
E um despretensioso compromisso...de ir embora
De morrer de sortes e azares.

A vingança que clama, exclama, te deixa surdo.
Absurdos e desamores, desventuras, larguras.
Pitadas de carinho e dentes afiados desfiando o caos.

Lembranças...só lembranças e um pouco de ganancia que te faz
Lembrar...

sábado, 17 de setembro de 2011

se fosse amor

E se fosse amor?
Se fosse paixão?
Se eu te quisesse menina?
E se eu morresse de tédio?
Pedindo-te amores?

Talvez teu olhar se esquivasse de mim.
Temores e dores, e se fosse amor?
Se fosse utopia?
As alegrias seriam poucas, mas ainda sim.
O platonismo passaria de minha boca para te dizer
Algo que te deixasse carente de mim.

E se fosse receio?
Se fosse pânico?
E se fosse amor?
Esquizofrenia?

E se não passasse de amor?
Se não passasse de desejo?
E se eu dissesse em poemas
Que te quero?
Que te persigo?

E se isso tudo fosse o que não quer ser?
E se mesmo na forma do pensamento
Nascessem lamentos?
E se fosse amor?
Eu morreria de vergonha
E te mataria de requintes.
Mas como não é amor
Vou sonhando.

PARA ALGUÉM...

Acordei, nem dormi...
Respirando a lembrança da conversa que tive...
Dos pensamentos que coloquei...
Dos sonhos que busquei acordado.

Interpretei teus olhos, pude errar...
Recordar de ti em avenidas...
E abri os olhos para ver estrelas em teus olhos,
Uma pequena poça d’agua...
E o céu refletido no asfalto...

E eu pensando com esmero
Esperando o reflexo discreto de teu espelho
E a satisfação do meu sorriso exposto em teu nome.

Tua pele quiçá aqui.
Leve e macia, meu sonho, meu encanto.
Busco-te, e te vejo em fotos, te vejo doce, te imagino.
Mais nada.

Leva-me pra perto de ti...
Que teus olhos ainda me deixam inerte.
Teu sorriso, e minha mão trêmula de ansiedade.
Em te ver, em te contemplar, em parar o tempo,
Fixar momentos, anotar tua imagem em minhas lembranças.

Eu como criança,
Comovido, de tua beleza,
Tua delicadeza, teu ar introspectivo.
Teu rosto sério,
Tua face ...
Teu olhar perdido.

Imaginar-te me deixa tonto.
Leva-me daqui, que aos deuses já pedi,
Tua presença por mais um tempo.

Calafrios, assobios, um toque e um frio na barriga.
Cochilar pensando em ti, ter a certeza.

Quimeras repartidas, em teu corpo bem formado.
Teus lábios marcantes.
Teu ego, e eu te dizendo verdades, te tecendo vaidades.
Aquarelas mil sobre tua áurea.

E eu em encantamentos mil, só lamento a hora que isso tudo
Terminar.

do outro lado da tela.

Quero a presença
Que o teclar te deixou distante.
Quero cabelos tingidos, quero olhos presentes.

Um toque e a pretensão
O perdão da ousadia, o apelo.
Noite e dia, te olhar e de ti deixar lembranças.
Profundas, fecundas.

Que minha alma te quis inconscientemente,
Pelo espelho chamado monitor.
Olhar e sentir tua brisa...
Enxergar tua beleza, focar, respirar o suspiro de teus lábios.

Agradecer e te ver
Vaidades.
Pontos e exclamações...
Provocar meu instinto, sair de capsulas.
Repousar os olhos em tua face já desejada
Pelo meu olhar.

Sentir tua sombra sobre meu rosto.
Agasalhar-te amiga, te deixar e voltar a te ver.
Perto de mim, e distante pela sutileza da tecnologia.
Boa noite, bom dia.

Desculpar-me pelo atrevimento...
Pelo descontentamento...
Pelo medo, e sorrir.
Quero só te olhar...
Em versos representar
A euforia de tua presença.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ontem

Ontem eu olhei,
Parei ao teu lado...
Respirei, vi que estava errado.

Ouvi em notas teu recado..
Teu desprezo, teu receio de me ter.
E fui embora...
Levado pelos braços do passado.

Ontem eu te tive por milésimos de segundo...
Em minha mente, em meu sonho bizarro.
Voltei e soquei a parede, desmantelei meu rosto...

Fugi...
Entreguei-me aos pedaços, e te mastiguei com a dor de quem perde.
Ontem não era eu que falava pelos cotovelos,
Ontem não fui eu que fiquei de joelhos te pedindo perdão...

Mas meu medo estava lá, em cara, cor e maquiagem, desgastado
Com hematomas, magoado.
Ontem eu fiquei calado, e te olhei.

pra não falar nada

Inverti, inverso, sublinhado...
Teus lábios ...
Teu jeito.

Queria-te, e morri...
Pequei, suportei, tive medo.
Em ti. O inverso de valores..
De um lado, do lado de cá...

De um só jeito, sem preceitos.
Sem mural, sem moral, sem você.

Acabou, suplantei, virei, adormeci, reagi.
Disse adeus, disse pra Deus.
E com tudo que tive, só podia dizer:
TE AMO.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

sobre você e sobre o passado.

Eu rasguei o verbo
Eu fiz piada, eu não disse nada.
Eu me humilhei.

Deixei cair na rotina
Rasguei a cortina
Te deixai sozinha, mas te amai.

Eu falei de beijos
Te pedi amores...
Falei de teu passado e machuquei o punho.
Quebrei a cara, flagelei meu rosto.
Me joguei, acordei, me fiz de morto.

Morri...
Nasci...
Redobrei meu orgulho...
Briguei, acabei com minha honra...

Mas o passado me deu medo..
Teu sorriso de menina, eu menino
Moleque , te olhando pelos cantos
Te esperando ansioso.
Abri sorrisos com o barulho das grades.

Vivi, sorri, e acordei dentro de garrafas, dentro do futuro, tentando entender.
Por quê?
A vida me deixou uma lição
E tua mão sempre ao meu lado
Sem retalhos.
Sem quimeras.
Acordei...
Voltei a dormir, e és-me aqui.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COMPAIXÃO...

Minha boca...
Sangrando e pedindo dores de morte...
Lapidando os últimos passos de minha vida,
Degustando teu sabor de ser e não estar em mim mesmo...

Meu recado em sangue falando
Teu passado buscando, acrescentar em teus dias
À tarde que te faltou em horizontes distantes.

Adeus, e os punhais lamentam meu choro...
Minha lagrima retraída...
Absorvida pelo medo, pela falta...

É isso adeus os cegos e loucos...
E meu ultimo pedido é tentar olhar, nas brechas
O passado que nunca tive
Criar futuros que anseio

Tirar das costas o medo que manifestei.
E a felicidade que imaginei...

Aos poucos...
Simplesmente aos poucos...retribuir caprichos...
Dividir esmero...afundar em mim...

setembro...

Eu acordei, senti as cores de setembro
Fugi por minutos, e alguns segundos...
Deixei o sol descer seu calor em minha cabeça...
Fiquei olhando, refletindo, tecendo comentários sobre o fio dos cabelos...

Me deixei levar...na rua e suas calçadas
Típicas de interior.
Esse sol de setembro, essa brisa de primavera...
Esse gosto de estar vivo, de sair de casa, debruçar-me nas ladeiras...

Ouvi o vento bater nas folhas
Nas arvores...
Vi meus pés inclinar meu corpo...
Senti a ciranda da poeira, num baile sufocante...

Senti vida, em toques sucintos, normais...
Senti a vaidade em minha veia
Em meus pulmões...
E lagrima da simplicidade descer num espaço dos olhos
E tua saudade...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

aí de mim depressão...

É isso que me resta,
Isso que eu tenho que cultivar...
A grandeza do mar é meu destino,
Desde menino me vi afogar...

Nas prozas distantes,
Nos retratos sem álbum,
Nas manchas coloridas,
Um verso, um verso...

Faltaram-me as canções,
E a ceiva da vaidade,
A piedade e meu carinho
Fiz um risquinho, um traço,
E um ponto final.

Minha lagrima sangra, e pede uma brecha.
Na imensa vontade de chorar me arrependo
E vejo tudo passar.

Doem meus rins
Ardem as vísceras.
Sempre paro e reparo...
Mas nunca duvido da vida...

Esse largo lago de prazeres,
Essa rua cheia de vielas,
Essa chama,
Essa parte que desce
Te esquece, e relembra.

Nos teus olhos,
Restou de mim
Os meus sentimentos,
Quiçá assim
De joelhos...

Mas morri..
E a todos meu agradecimento
E votos de apresso.
Sem demagogia, o ser humano imita
O que sobrou do céu.

Riem as lacunas nas constelações distantes,
Isso tudo em mim, e o que restou de mim.
No fim, tudo é verdade, ou mentira...
E o restante balela de quem conta tudo pela metade.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

para que chorar?

Vou cantar,
Cantar entre as lacunas deixadas.
Vou pousar minha vida
E tecer alívios.

Vou ter a coragem,
De rasgar a carne que dói.
Morder os lábios,
E passar a língua.

Vou amar
Perder a razão de ser.
Tornar-me cego, sem objetivos.

Estragar meus amigos.
Entortar minhas costas.
Encurvar-me em punhais.

Morrer daquela dor latente
Aquele frio.
Aquele ódio.

Dar adeus...
E novamente arrancar
Dilacerar a gangrena chamada “perder”...
Vou amanhecer, e rolar em risos...
Pois só de amanhecer já valeu apena
A demência de ter dormido.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

não quero ser piegas...

Trago-te essa rosa,
Barata e suja de lama,
Espinhos e folhas.

Não foi cuidada,
Não teve redoma,
A agua pouco tocou-a
E a brisa fez ela murchar.

Trago para ti meus pecados
Minhas mentiras,
Meus dilemas
Trago-te amargos poemas.

Uma grosseria e um punhado
De saudosismo que nunca tive.

Trago os meus contos defuntos.
Minha mão fria e pálida.
Farei imitações, compilações.
Serei eu mesmo.

Vestir-me-ei de roupa rasgada, manchada.
Antiga.
Meu cheiro será suave, sem essências francesas.
Ou pós-barba burguês.

Serei eu mesmo
Sujarei a mão com a rosa,
Darei as costas.
Não direi que te amo.

existes?

Momento de ser...
E o que é ser?
Perder espaço?
Ser mais um pensante?
Amar...

Ai quantas coisas sei falar...
Mover-me...
Parar.

Mas nada sei, só sei de verdades repartidas...
Sinto o vento e não o vejo
Vejo o mar a dar voltas, mas não sei o que é o mar.

Pensar é existir ou omitir a distancia tênue entre o eu e um irracional.
Qual a verdade?
Qual a mentira?
Que parte de mim está em você?
Ou nas estrelas repartidas em constelações?

Eu que nunca fui nada, me deparo com o nada todo dia.
Eu que só tenho alegrias, busco a felicidade em bocas abertas.
Dentes múltiplos, e feições de jovialidade.

Mas nada tem sentido. Ou tem?
Mentes tão bem, que a mentira parece absurdo burguês...
Falas tão límpido que pareces anjos, arcanjos...
Mas somos de carne, osso, e erros...
Somos feitos de quimeras mil.
De sonhos de andares altos,
Blocos,
Coberturas.

Carros, aventuras.
Natureza e tua ilusão,
Que nem o céu é azul,
Nem teu corpo é perfeito..

Mas pra tudo dá-se um jeito...
Se não tem é por que já morreu.

inimigos...

Não gosto de perder amigos.
E também que mal há?
Em tê-los distantes por um tempo?

O acalento da brisa de nossa mão é suficiente
Para iludir por momentos o restante de pudor que nos resta.
A dor e as brechas o seco gole da magoa.

Amigos e outros tantos conhecidos...
Perder...
E tê-los de volta...

Vão embora, os maus e os bons....
Eu quero tecer sonhos, e dos sonhos acordar em volta de rumos
Ser prudente, e ser negado por mim e pelos que me cercam.

Nada se faz valer,
Nada é tão valido
Nada é tão sombrio.

A amizade e meus amigos
As vaidades a assobios.
Amigos para que tê-los?
Amigos por que perde-los?

É ter pra saber...
E perder pra ver a falta que faz.

conto das mortes...

A poeira é o gosto fétido
Amargo.
As ladeiras e a multidão
Um caixão
Putrefação.

Choros e risadas...
Entre as ruas luais
E uma sepultura...
Um homem que morreu de não saber

E por saber demais rachou a cabeça.
Deu um grito e se enforcou.
Pediu perdão ao padre
Foi excomungado.
Ultrajado.
Lapidado nos umbrais da vergonha.

Lapiões, grilhões e assaltantes
Um túmulo aberto
Pronto para descer o cadáver.
A carne dura, seca, com fome, subtraída.

Risadas e gritos, choro e velas.
Um doente adormecido, um latão, uma cuia d’agua.
Uma passagem, e a poeira subindo.

Um grito;
Enterra!
Outro, volta...
É a morte que ceifa os vales.
Torna o homem pó.
Sentinela na escuridão
Um voo, uma gota de lagrima,
Vai com Deus...

domingo, 21 de agosto de 2011

igualdade em sorrisos...

Em um sorriso
A largura de tua esperança
De tua vontade.

A beleza que se traduz em palavras
Versos bem elaborados,
A centelha que pulsa e se mostra querer
E mostrar que é puder.

Falam teus olhos,
O sentimento marcado pela liberdade
A igualdade que bate nos pulsos.

Uma beleza impar, um lugar pra esquentar
Meus sonhos, e o que diziam utopia.

Em pela de menina, uma face de guerreira.
Revolucionaria, armada de ideais,
Repleta de sentidos altruístas.

Essa noite vi o céu repartido em estrelas.
Vi em teus olhos a certeza que o amor
É lato, é grande, vai além de sentimentos
Piegas

É ser, sonhar, e deglutir os verdadeiros desejos.
Um desejo de um mundo melhor, de um lugar para falar em voz alta.
És mais que uma noite me esperava
Era mais que a noite em seu sussurro de sono
Poderia me dar.
Avante companheira.
Com tua beleza e teu charme solidário.

sábado, 20 de agosto de 2011

....??? por que????

Acordado, perdendo
Os sentidos
Querendo teu toque
Quiçá um beijo
Para suprir meus lábios

Toda carência,
Toda demência
Dos meus olhos,
Minha derme, meu sussurro.

Sem te conhecer
E amando por omissão
Sinto o chão mais próximo e tua face
Decorada com esmero.

Teus esmaltes,
Tuas cores,
Em unhas esculpidas
Tecidas com tua personalidade

Atrevo-me a pedir licença,
Te olhar por entre ombros,
Um tolo talvez,
Um quixotesco quem sabe...

Mas entre tantas lacunas
Espero-te em sonhos
Sem pretensão
Na contramão de meus instintos

Te amo sem saber
Talvez sem sentir,
Posso cair, levantar, andar...
Peco por querer,
Mas amo, e é simples.
Os motivos ficam pra depois.

sofrer...

E às vezes a boca escorre um gosto de sofreguidão
Faço um pedido, ave Maria! E meus pés ainda cansados
Latejando.

Fumo um cigarro, barato, desses tipo contrabando.
Coloco um pouco de fel na boca, vômito, cuspo os pedaços
E volto a deglutir as dores sem pedir perdão.

Adeus aos deuses,
Faço armadilhas e caiu dentro de alçapão.
Essa é a saída, depressão, e antidepressivos não resolvem
A calma pede mais que uma química sem noção.

Voltemos então, a escorregar em nossos erros
Tecemos medos...
Atingimos o ápice
E morremos, de frio, de calor, de amor, e matamos
O desejo que te faz pulsar.

Volto a nadar
Num mar de areia.
Chego as profundezas
Vejo grandezas
E deixo de viver sem sentido
E só.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

pra dizer que amei, pra mentir que te tive.

Te morderia,
E te mordendo comeria teus pedaços.
Te enxeria de abraços, te deixaria dormir.

Faria de ti meu lugar...
Apoiar ia-me em teus encantos...
Te encheria de esmeros
Acamparia castelos
Subverteria minha alma.

Te amando, deixaria teu retrato ao meu lado
Para sonhar calado, para sentir teu cheiro
E dele me encher por completo

Mas calado não falo,
Perdido não vejo,
Não encontro no tempo o pecado original

Meu sorriso artificial,
Minha falta de controle.

te levaria na minha pele
colocaria na derme tua essência
tua face.

Mas não tenho teu caminho
E perdido volto ao nada,
Encaro...
E desço o céu
No pedaço do céu...
E adormeço.

Te amo, como amiga
E minto, por querer te amar
Subverto o verbo
Mudo a herança de meu desejo.

Acordo com tua voz dizendo um oi
Durmo e reclamo de tua ausência.
Sonho com tua presença, pertinente, condicente
Com a única coisa que espero
Teu olhar.

Vou voltar, não me canso dos meus sonhos
Quiçá teu beijo,
Quiçá você, nas lacunas preenchendo meus pedaços
Amarrando meus retalhos
Me amando, e só.

pra não dizerem que não amei...

Eu que não amei, perdi o jeito de amar.
Eu que não quis te envergonhar,
Atrevo-me a te colocar em meus sonhos.

Eu que simplesmente te queria como amigo.
Perdi o senso do perigo, e subverti valores.
Para te dar nos braços, nas lacunas pretensiosas.
Do universo chamado sonho.

Eu que não paro de ver teus olhos,
E eles que viajam dentro do meu quarto,
Você não saiu de mim, e me arranca pedaços.

Em teus braços repouso a vontade de te ver comigo...
Acordo em breves risos, e durmo pra buscar verdades.
Eu que dizia amar alguém, perdi os modos, perdi minha educação.

Eu não esqueço teus olhos.
Perseguindo meus sonhos com a destreza de quem se deixa amar.
Pecado? Talvez um gole de insânia, ou um pedido desesperado de lábios,
De ti.

Vou viajar em meus sonhos
Com a certeza obscura da tua face me dizendo não!
Pesadelos.
Quero em mim teu espelho e teu reflexo constante.

Quero os piagas,
Quero liras e cantos repetidos.
Fazer plágios, e falar baixo para que possas ouvir
A voz que não cansa de dizer, te quero.

Quero um vinho, um vinagre para beber nas lacunas de teus sorrisos,
Quero em ti cirandas, quero acampar doces ladrilhos, abrir a janela e ver-te.
De braços abertos, dizendo coisas sem sentido, sem nexo.

Quero teu perfume, teus instantes de devaneios.
Quero teu jeito numa fotografia, que colocarei na parede.
Pregarei em mim teu nome, escreverei com contornos e auto relevo as palavras
Que de tua boca me disseram coisas que não queria ouvir,

Quero tua amizade, tua gentileza, quero a sobremesa, o jantar.
Quero sonhar mil vezes, quero deixar um pedaço de ti numa moldura,
E teu abraço quente para um dia de frio.

Quero a dor, quero morrer de amor, quero a lua em pedaços.
Quero estrelas em farrapos, quero o sol se desmanchando,
Quero ver a vida passar do meu lado, e teu humor perspicaz dizendo um até breve
E depois voltar, voltar aos meus braços.

Talvez seja pretensão amar, talvez a vida seja fazer de conta.
E o amor uma conta sem números, sem resultado,
Mas quero de ti o suave gosto de amar, um pouco de platonismo e quimeras.

Quero morrer desse amor, e dele me orgulhar aos pouquinhos.
Quero de ti olhar a íris dos teus olhos, ter certeza do teu afeto,
Duvidar, pra ter certeza, ter certeza pra me enganar.
E voltar, ser subversivo, ser censurado, ser calado,
Mas não deixar de te desejar, pois nesse momento a tortura invadiria meu senso de amores.
Acordaria, mentiria, e deixaria que o tempo mentisse, e eu dissesse a mim mesmo
Amo-te, e te quero, mesmo sabendo que o amor é uma mão dupla
Quem perde sofre, e quem ama acredita
E é só.

Quero jogar-me, e ascender o meu jeito tosco.
Quero aprender a sentir teu corpo.
Quero esquecer que vive pra ser amado.

Quero ficar parado, inerte, esperar teu suspiro descer em teus pensamentos
Quero acalentos, quero prosas, poesias, quero alegrias, mentiras, novas verdade
Quero vaidades, quero teu jeito de dizer não.

Voltar a ser rebelde, quero teu rosto alegre, enfeitando o meu descontentamento
Quero contentar-me até um fim filosófico, quero existir para pedir um até logo.
Que arrodeio, quero exageros, saltar na contra mão do destino, quero hinos, cânticos
Algumas goles mascarados de sensatez, quero amor burguês, quero você, e resumindo
É só o que eu quero, com impertinência e indiscrição, quero em tuas mãos desenhar o corte que eu chamo vida...
Para que não esqueças, que eu fiz, farei, e estarei te amando calado, reprimido.

E pra terminar com um brinde digo-lhe que, não me encanta mais, além do teu sorriso capaz
De abrir mil mundos nas madrugas silenciosas.

domingo, 14 de agosto de 2011

Repudio



Companheiros e companheiras; gostaria de deixar explicito aqui, já que não tenho direito a voz na câmara de nossa cidade algumas verdades.
Minha mãe “Lucia correia”, tem sofrido ataques constantes de alguns vereadores no plenário da câmara municipal, ataques estes que tem não só um teor ideológico, mas também discriminatório. Infelizmente, tenho vivido para ver o quão machistas são alguns dos que se dizem representar a população, e infelizmente esses ataques estão direcionados a minha progenitora. Fico dia após dia, consternado, e tenho o dever de repudiar de forma veemente esses acontecimentos. A arrogância é inimiga da sabedoria, do debate, e vejo que em toda relação politica existem debates, alguns mais inflamados é verdade, mas o que não dá o direito de certos senhores encarnarem a figura de ditadores, machistas e intolerantes. Coloco esse voto de protesto nessa rede social, pois infelizmente é a única forma no momento de tentar amenizar as dores que um filho tem sofrido em ver sua mãe ser alvo constante de ataques fascistas por parte de alguns meninos trajados de ditadores.

Espero contar com a solidariedade de todos, que essa mensagem não venha ser subvertida, que esse grito possa ecoar, mesmo que de forma discreta, e que digamos não a esse tipo de politica retrógada, rustica, machista, e mesquinha.

Abraços a todos

LUCIO WAGNER.

sábado, 13 de agosto de 2011

ZONA DA MATA FOME E ETC...

Cana, açúcar e fome...
Pedras , seca e fome...
Fome retrocesso latifúndio...

Espaços e fazendas, gado
Segregação...
Morte, e desespero na poeira, nas ladeiras.

Zona da mata
Mata queimada,
Sertão dos coronéis,
Das viúvas ...dos que tem sede
De justiça...

Dos que caminham
Dos que morrem lutando...
Dos cortadores de cana,
Das ciganas, dos zumbis.

Deserto verde...
Inóspito
Morto,

Zona das matas açucareiras,
Das usinas e dos usineiros
Dos exploradores,
Dos senhores
Dos que vivem parados
Inertes
E morrem, e veem seus filhos morrer.

Norte e nordeste
Continue a sonhar,
Continuem a caminhar...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

começo...

Vivo com medo de morrer
E morro de medo de viver,
Coloco os pés entre a vida
E desesperado aprendo a ter pressa.

Vivo
E vivendo tenho recaídas
Agonias e alguns goles de ódio.

Fico pelas ruas
Rumo em direção ao castigo final
Mas abraço o sol e embalo minha vida
Com esmero.

O ódio subtraia
O ódio é cíclico
É inóspito
É recorrente.

A vida é mais que um adorno
Uma pedra existencial.
Um ponto entre a vaidade
E paço da castidade.

Vivo, peco, morro...
Multiplico...
Exagero...
Trato com meu ego
E finjo ter escolhas.
E escolho o que me dizem.

Cometo deslizes,
Retribuo com pauladas,
As gargalhadas que meu corpo exclama em mim.

Vivo assim, dias ausente,
Pois viver é ser descente.
É tentar morrer com mais dignidade,
E tecer vaidades e joga-las num abismo.

É temer viver e aprender a morrer.
Fim...

AO AMOR E AOS QUE AMAM...

Como é estranho, essa máxima de amar, de gostar, de retribuir caprichos e sonhos inalteráveis. Como é sem sentido todo esse gosto de querer ter, e não ter por medo, buscar compaixão, ficar numa mão dupla. Deitar em seus sentimentos mais profundos, deleitar-se com seus desígnios. Como é engraçado esse sentimento de perder o sono, perder a fome, ter gasturas, viver com mãos trêmulas querendo tocar a face da pessoa amada. É ir ao céu e ver que de repente ele não é azul, é ir e ver que as constelações não passam de vagalumes, é viver de um pecado de querer, subverter a vida e o seu sentido natural. É esquecer –se de si mesmo, faltar consigo e com os outros. É tratar a vida e resumi-la no corpo de alguém, acordar com o coração palpitando além do normal. Ter dores, euforias, é multiplicar as alegrias em pequenos momentos, e cantar para o vento canções, liras. Ter arritmia cardíaca, ver o sangue jorrar por entre os dedos, é o fim e o começo. É se ver no espelho mais feliz, e riscar com giz palavras bobas, sem sentido, que só aquele que ama vai ver um nexo. É cegar por minutos, dias, ou eternamente “se assim tiver sorte”, é viver como quem ouve aplausos, é amar, e como tudo que é desconhecido, não faz sentido, só sentimos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Posso olhar
Em teus olhos
Descer o véu
Que te cobre à face.

Posso tecer vaidades.
Suspirar, te encontrar,
Te perder.

Aos poucos
Dividir meus prantos
Recatar meus sorrisos

Te desejar
Me conter
Ter medo.

Me envolver
Em camadas,
Esconder-me,
Pedir perdão.

Posso na contramão,
Cortar os pulsos,
Pular, subverter,
Subir,
Me reerguer.

Mas não ouso,
Não me atrevo,
Nem em mil agonias
Esquecer-me de ti.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O dia parou, a humanidade sangrou, sangram também os que lutam por liberdade. Liberdade é mais que um hino, um louvor ou um conceito que se encaixa em moldes burgueses. Liberdade consiste na igualdade entre semelhantes, um poder que vai muito além de falar o que se pensa, ou agir com valores críticos. A liberdade é muito mais que lemas revolucionários, muito mais que livros rebuscados, tecidos por dedos de intelectuais. Ela é aquilo que aproxima homens de homens, que faz com que essa humanidade se torne algo menos abstrato e mais real. Liberdade é ter compaixão e viver por princípios, viver por ideais, estar ao lado de companheiros e seguir de mãos dadas, sentido a força descer e tomar conta do sangue vermelho. Liberdade é ser humano em gênero, em força, em luta.

Sejamos livres, lutemos não por eles, mas por nós mesmos...

Viva a igualdade.
Queria ter pulado,
Ter multiplicado sorrisos,
Ter pulado em um abismo
De felicidade.

Queria acordar e dormir,
Sonhar mais um pouco
A imagem, retornar sem ser discreto.

Oh! Como queria um reflexo perpetuo
De teu olhar , e dele me encantar para sempre.
Queria teu sorriso nas lacunas do meu passado.
E o futuro em teus olhos talhados.

Tua boca retribuir minha vida,
Que pelas ladeiras te viu passar,
Sem perceber a presença do meu desejo.

Queria te ti tua elegância,
Em distintas notas e poesias.
Na estante colocar teu nome,
E tatuar em meus dias a alegria que te faz sorrir.

Quero um dia dormir, e não acordar
E em quimeras me ausentar
Para encontrar em ti a certeza.

Viver sem vaidades.
Não ter medo.
Naufragar em mares,
Remar ...

Mudar a direção do vento
Alcançar os elementos,
Em tua existência...

E enfim deixar de lado
Meu jeito discreto,
Ganhar e ter certeza,
Duvidar pra ser feliz.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nas escadas
Caindo pelos degraus...
Virando os olhos.

Abrindo os lábios,
Em pequenos versos
Recitar a poesia que te faz amar.

Deitar nos andaimes da vida...
Viajar doces doses e caprichos...
Deleitar-me nas noites
Nos gritos.

Deixar-me levar pelos cantos.
Abrir brechas em lacunas.
Fazer de mim
Um personagem
De uma comedia romântica.

Encravar a unha na carne.
Morder os sonhos aos pedacinhos.
Tatuar teu nome em minha derme
E risca-lo com um espinho.

Depois que tudo acabar.
Voltar meus olhos para a decência
Te esquecer, e descer a escada com os olhos
Abertos.
Adeus!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Estatus

Gravata bem colocada...
Com um nó de burguês...
Espuma no prestobarba...
Pós barba, lamina, spray...

Tudo bem colocado...
Terno chique, tipo ingles...
Boa conversa, bom papo, comida
Do tipo francês.

Um carro com bancos de couro...
Um piano no meio da sala...
Nome, sobrenome, latin rebuscado, mais nada.

Um falatorio infinito,
Uma vida bizzarra, doutor, doutores...
Aneis e ametistas...

Vestidos, joias, poses, perfumes
Classe?
Um barrio de vaidades.

Loucura submersa nas ruas...
Pose de reis, nobresa...
Status, ter algo mais pra aparecer...

domingo, 31 de julho de 2011

De muitas coisas me orgulho
Outras tantas me arrependo
Que a luz vi passar na frente
De meus olhos carentes.

Vi o sol descer pelas serras
Olhei a lua retornar e tomar minhas dores.
Vi a noite me deixar demente.

Desses dias me arrependo..
Que o suor desceu pela testa...
Oh Deus meu!
Que a brisa do dia me deu ânsias
E agonias...

E agora?
Para onde vão meus lamentos?
Vão nas azas do vento
Devorando o que restou das mesmices.

Vou andar agora contente
Que as alegrias devem ser falhas
Mas não falha meu encanto nem
Contentamento
Nem sorrisos de bocas devasas.

sábado, 30 de julho de 2011

E quando o tempo passa, e deixa um beijo suado em tua bochecha, sinal que a hora chegou sem te dar explicações. O futuro era e sempre será o abismo de devaneios, de pensamentos tecidos com os dedos, escritos na ponta do lápis, pensado e cultivado por mentes, mas será que esse presente era o futuro que pensávamos no passado? É, nem tudo se explica, nem tudo se une, nem tudo é tão certo como a praticidade do dia a dia. Imaginava um futuro, ganhei um presente que venhamos e convenhamos, não chega nem perto das bizarrices que eu suspirava nas lacunas e nos becos de meus desejos. O tempo passa com uma frieza absurda, assusta crentes e descrentes, bons a maus, o tempo ele te inclina e te mostra da forma mais instintiva que estar vivo é caminhar meio que sem querer para mais perto da morte, não estou sendo pessimista, pois acho que enquanto há vida é necessário se viver, buscar sorrisos e cultiva-los até a ultima hora. Mas o meu futuro é simplesmente tão certo como o caminho que me trouxe à vida e o caminho onde leva à morte, embarcar nessa nave é necessário para sonhar, dormir e acordar sem reflexões nem delírios.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terra...

A terra, a corrupção com cheiro de terra molhada, sucateada, pisoteada.
A terra que mastiga, a terra que planta e é nutrida pela carne nascida, mórbida.
Terra com som, terra que grita, terra, e um pedaço do mundo, por trás de cordilheiras, das montanhas, dos montes.
Extremidades e ladeiras, a terra que busca o sonho de morte.
Terra e mais terra, elementos de mãos dadas.
A terra irmã, terra inimiga dos sonhos, terra que cospe e é cuspida pelo vento que trás poeira e põe em teus olhos.
A terra e seus libidos de ter a carne em baixo de seus pés, ancestrais, frutas vegetais ...
Terra que germina e ajuda a germinar, o fim e a comida que vai te engolir aos poucos, e te tornar pó pra virar “terra”...
A terra que nascemos, e para a terra voltaremos, e unidos seremos um só elemento.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Existem e existindo tudo se toca tudo é um nexo de situações, de condições. A existência gira em torno do desconhecido, adormecido. Repleta de cores e ausência da mesma. Labirintos céticos, poéticos.
Como a gravidade, ausência da mesma. O ser humano sente e faz sentir. Adormece em seu inconsciente e entra em conflito com seu ego. Mas tudo vai muito além de dogmas ou sepulturas frias. Se sentimos falta, se nos perturbamos por medo não é porque levamos, mas por que somos levados a navegar num oceano desconhecido chamado vida.
Mas existem muito mais coisas no universo “humano” do que podemos imaginar, isso vos parecerá obvio demais, no entanto as paredes que nos separa de tais mistérios parece reprimir qualquer tipo de descoberta.
Não falo de descobertas cientificas, falo de fronteiras além de mesmices intelectuais. Somos céticos demais para observar além das barreiras ideológicas, somos pequenos e limitados o suficiente para não superar as mascaras do universo.
Somos dotados de mente, limitada é verdade, mas temos, basta sermos mais humildes, capazes de destrinchar labirintos, observar com cuidado cada fronteira intelectual que nos guarda. É uma questão de respiração e inspiração espiritual capaz de desvendar eventos que parecem “inexistentes”.
Não busquem entender o mundo sem entender a si mesmos, comecem a pensar sobre tudo que lhes rodeia, comecem e se interpretar, e talvez assim a atmosfera terrestre se torne mais fácil de ser entendida. Sejam fieis, acreditem que a solução está em vocês, não tratem o mundo como se esse fosse uma lamina plana com um abismo no final repleto de monstros. Sejam racionais, mas saibam usar deduções, saibam usar analises instintivas. Há coisas que estão além do toque suave que provoca a derme. É só uma questão de auto interpretação, de combustão psíquica, olhe para a luz que se esconde atrás de seus olhos, imaginem o mundo à sua maneira, sejam “loucos”, perspicazes, capazes de lutar contra as lacunas deixadas pela “noção exata” que cega e mancham a capacidade de velejar por mares inóspitos e desconhecidos.

domingo, 10 de julho de 2011

Ser...
Ente...
Ter..
Poder...

Humano...
Ambição...
Traição...

Do—ente...
Previsível...
Carente...

Animal...
Racional...
Desigual...
Marginal...

Prepotente...
Indecente...
Conivente...

Ser—carente...
Arrogante...

Ser...
Humano...
Ou não ser?
Uma questão...
Uma piada...

Existência...
Carência...
Demência...

Penso?
Existo?
Morro...

Acabou...

Segregados...
Mutilados...
Calados...
Censurados....

Ser, pra querer
Ter, pra poder...
Existir...pra viver...
Pensar pra sobreviver...

Humano ... “imperfeição”

sábado, 9 de julho de 2011

Em tua aparência pálida a certeza.
Nada seria como foi um dia.
Eu teus sorrisos esbranquiçados.
Em teu gesto mórbido, eu sabia...
Tudo era passado...

Enverguei-me, plantei expectativas.
Fiz de tudo para não ser, e estar sempre certo.
Morri ao abrir a porta.
Desci as escadas... E me joguei...

Acordei de cabeça pra baixo, de pés descalços,
Mas tudo que é findo teve um gênesis.
Teve um conto... Teve memorias.
Eu desci a vida pra tentar não lembrar...

Esses contos piegas vão ficar todos entalhados em rumores.
Em amores que nunca vigaram, foram ceifados.
Calado estava, calado estive.

Fiquei acordado esperando cada lacuna ser preenchida, cada brecha ocupada.
Fiz escândalos, fiz de mim mártir.
Abracei o vento, numa sufocante apneia emocional.

Adeus...
É tudo que me resta...
Não quero mais os abraços castos, não quero poemas.
Quero simplesmente a vida em sua essência.
Decência, esculpida de prantos e sorrisos...
Feita pra ser vivida... Para ser narrada...
Em livros, em sonhos em
Memórias de mim.
Eu suponho o fim.
Pretendo estender os dias.
Suponho sorrisos.
Prometo e prometendo vou mentir.

Imagino o futuro...
De um lado a vida
Do outro intrigas.

Te odeio,
Te tratarei com cuidado.
Amo-te, mas não tenho perdão.

Vou arrumar os cacos, catar meus pedaços...
Juntar o que ficou de mim, nas sombras.
Em teu quarto.

Proponho um brinde,
Farei requintes, mas ainda sim
Te odeio, te perdoou, te amo.

Farei de mim agonias.
Terei em mim calafrios.
Morrerei te odiando.
E de tanto odiar
Morrerei te querendo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Prometo ilusões
Farei corações piegas...
Farei promessas pra admitir meu erro.

Farei luares, te deixarei em dúvidas.
Morrerei caprichos...
Sangrarei pedidos,

Farei de ti meu medo.
E assim terei raiva quando acabar,
Os amores, os luares.

Não serei perfeito,
Não terei respeito.
Deixarei rastros.

Serei a lembrança
Que espanta as madrugadas
Solitárias, vazias.

Em meu colo teu peso
Jogar-me-ei de andares altos.
Em meus retratos, alguns estarão
Rasgados.

Te ajudarei a me detestar com o tempo.
Ilusão.
Perdão.
Não sou mais teu sonho.
Nem te trarei arrepios súbitos.
Desculpe-me amor,
Mas o fim bateu em nossa porta...

domingo, 3 de julho de 2011

Estou em cacos, mordendo a carne que reveste meu corpo.
Estou sem força, sem piedade vou encravando os dentes no meu próprio corpo.
Vendo o sangue escorrer, vejo a derme latejar.
Estou em pedaços.

Sinto meu peito bater em ritmo lento.
Tomo agua amarga,
E o pavor escorre por entre os dentes.

Um medo cíclico,
Uma covardia batendo na porta do meu quarto.
Vejo umbrais, vejo ilhas e armadilhas.

Diante da lacuna, a solidão piegas.
Meu peito aberto em carne viva.
Volto a dormir.

Corto meu espirito com o ímpeto de voltar a viver.
Meu Deus!
Até quando o labirinto
E os gritos de socorro, vão assombrar
Meus dias suicidas?

sábado, 2 de julho de 2011

LIBERDADE NÃO É BRINCADEIRA...

Não sou fundamentalista, longe disso. Mas acredito que a igualdade consiste na liberdade de manifestação. Numa democracia é necessário que se fale o que se pensa, para não gerar uma sociedade hipócrita e arrogante. Sou a favor do casamento no civil e da união homoafetiva, tendo em vista que os mesmos pagam seus impostos e são cidadãos dotados de direitos e deveres. Mas eu como profundo defensor das tais liberdades, não posso calar-me diante de uma aberração chamada PL 122, que pretende obscuramente ceifar o direito de expressão e liberdade de culto amplamente assegurando na constituição federal de 1988. É inaceitável que qualquer grupo, seja ele qual for tente calar uma sociedade inteira. A homofobia é uma doença, que deve ser combatida com medidas educacionais, com medidas preventivas. A aplicação das leis devem atingir diretamente os bandidos que se acham acima de determinados grupos, é o caso, por exemplo, dos imbecis neo nazistas, que dia após dia discriminam de forma taxativa, gays, nordestinos, negros. Mas querer tirar das igrejas, sejam evangélicas ou católicas, o direito de se expressar, não é só exagerado como é repugnante. Acho que os homossexuais não só podem como devem lutar por direitos inerentes ao ser humano numa totalidade, devem ter direito a manifestações, a voz ativa. Agora querer criar uma espécime de “ditadura” é inaceitável. Quem discrimina a pessoa do homossexual é bandido, bandido comum, mas a igreja é regida por liturgias “bíblicas” e fugir disso seria impossível e até mesmo covardia. Para que uma lei como a PL 122 fosse aprovada seria necessário convocar uma nova assembleia constituinte já que a nossa CF/88 em seu artigo 5ª incisos IV,VI e IX assegura a liberdade de culto, pensamento filosófico e intelectual.
Abraços a todos.
Ela?

Percebi que um olhar perdido, desviou em tua direção. Com o coração na mão, demente, carente de teu olhar. Não queria mais que isso. Um único olhar, um piscar, um relance. Mas continuo na inercia de minha tolice olhando-a com esmero.
Ultrajando minhas expectativas, a brisa do cheiro distante. Simplesmente não paro de olhar, confundo meu instinto, nesses labirintos.
Oh se de um capricho olhasse pra mim! Mas não olha, ou finge não olhar, um desdém que me tira o folego. As gotas, calafrios e sombras, continuo sobrevoando o vazio da esperança, a vingança oportuna de te ver olhar de lado. Continuo parado, piedoso.
Será uma espécie de utopia desmedida? Ou simplesmente carência de admira-la mais um pouco? Ah se você retribuísse, se me fitasse por alguns segundos, mas fica aí mais um pouco e deixa-me te olhar, já fico grato por isso.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Deixem que o mundo subtraia seus desejos, deve ser melhor assim. Não se importem com arrogância alheia. Nem se comovam com pieguices dos que choram fingindo se importarem. Nessa sociedade o que importa é o status, mas que dane-se o capricho das etiquetas. Não parem de acreditar que o melhor está no que vocês acreditam. O melhor é você mesmo. Se indignem, enojem-se com aqueles figurões que tratam pessoas como simples dejetos. Para o diabo os que não descem de suas coberturas fedendo a prepotência.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

um único beijo...

Bocas que pedem um beijo.
Um único, nada mais que um momento.
Um alento um lugar pra estar.

Entre lábios, nem saberei amar.
Um único traço, um toque, só isso.
Como uma faca, dois gumes.
Duas extremidades.

Um beijo e dois lábios, quatro partes.
Inferiores e superiores.
E uma língua pra fazer contraste, sentir, degustar.

Um suave toque da saliva, um amor momentâneo,
Nômade, preenchido por bocas sedentas, violentas,
Altruístas, vigaristas, românticas.

É só um momento que divide,
Que torna único.
Que confunde corpos, que realiza sonhos.
A espera de quem ama, e o suspiro de quem é amado.

Um beijo para fechar a noite.
Um olhar pra te ter ao lado.
Tua boca, só isso me deixa acordado.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As dores, o peito e amores...
O poeta não mente, exagera talvez...
Finge ser pra ter certeza.

O poeta busca dentro de si as dores
A solidão e o silencio...
Esquece-se de suas fantasias.
Morre pra não ser selvagem.

Nos labirintos morde os lábios.
Perde o senso de estar só...
Alegrias e ilusão
Na contramão de seus desígnios.

O poeta tenta não ter sentimentos
Tenta não expor sua vida nas cartilhas.
Mas ainda sim sente-se compelido
Ao desespero...

Vive sem querer amar.
Afasta-se do mundo...
Mergulha no obscuro
Sangra, suspira e reage a cada novo desenho
Escultura vaidosa de sua pele já corrompida.
Pela magoa de ter partido da realidade.

O poeta é a imitação do invencível,
É a realidade borrada.
É o ser dentro de si mesmo
E só...

domingo, 19 de junho de 2011

Exilado, das feições do mundo...
Quero as estrelas, e ainda sim aos poucos...
Pra não ficar na vontade suprema de ir mais além.

Meus pés colocados no chão, e as mãos buscando meteoros,
Repartidos em utopias e charmes desnecessários.
A loucura e a vontade de ser bom.

Nesse espaço dou voltas, de cabeça pra fora,
De um avião imaginário.
Um navio naufragado...
Posto no fundo do mar.

Meu desejo, minha alegria, meu pecado de ser
Um pouco de tudo, e nada.
Meus olhos bem colocados, naves, barcos.

Se for pra morrer, eu viveria mais de tudo isso,
Sem sentimentos vãos, sem pouca reciprocidade,
Sem vaidades.
Ser louco é um conceito, ser normal é mentir pra si mesmo
Sobre sua limitação humana.
Teu egoísmo, e teu ego.
Teu romantismo piegas...
Tuas pernas...
Teu vestido liso
Ou estampado.

Pedes um bom escravo,
Ou um tapete pra pisar...
Um vinho roubado...
Sabor de vinagre, teu senso de ser cumplice.

Meu perdão, pagão, minha força nula.
Meus pés queimados.
Teu sorriso molhado
Pela neblina de tuas meias verdades.

Teu sultão ou teu palhaço.
Meus espelhos quebrados, vidros nos dedos.
No pulso.
Tu que és mais madame de mim,
Sentiu a flor cair até a ultima pétala,
Sobraram teus espinhos

E agora? Pedido de um ladrão
Eu não quero mais tua face nas cortinas do meu quarto
Passado é passado...
ADEUS...

sábado, 18 de junho de 2011

Criança

Fui criança um dia...
Vi os pássaros cantando nos meus dedos
Cheio de tinta na palma de minha mão.

Fiz de um arranhão a marca definitiva da dor
Debruçada em lagrimas soltas, rolando até o canto da boca.
A mão calma da mãe que chegava pra consolar meu pranto, com
Cheiro de jasmim.

Viajei até o alto dos meus sonhos
Na beirada de minha cama..
Tropecei e ergui a mão dos meus heróis.

Traduzi em gestos meus caprichos,
Minhas quimeras...
Abracei arvores...
Peguei a lua com as duas mãos
E fui brincar de ser grande...
Gigante.

Minhas namoradinhas com cheiro de shampoo,
Eu a rasgar notas, cartinhas de amor...
Descolorindo os risos, e abrindo gargalhadas
No vai e vem do balanço.

Fui criança, e fui feliz,
E tudo passa, pena não ter mais
O dom da interpretação infantil
Pra fazer da vida uma avenida larga
Pra brincar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Quero um pé de arvore pra subir...
Uma cascata pra banhar...
Meus pés fustigados.

Quero uma capa de chuva.
Um sol de verão
Nascido logo cedo
Pra tirar meu frio.

Quero um lábio carnudo
Pra desenhar em contornos.
Em beijos sem ponto final.

Lembrar-se da lua de julho,
Lembrar-se dos sorrisos.
Quero estigmas.

Quero lembrar...
Quero tecer mil lugares
Pra correr em direção ao vento.

Quero uma agua morna,
Um dia a mais nos anais e calendários.
Nos dias borrados pelo cheiro de jasmim.

Ai de mim.
Aqui parado
Encostado no meu desejo
De voltar
De ser,
Mas vou em frente.

E o futuro?
A Deus pertence.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quem nunca teve um passado? Passei
muitas vezes pelas lacunas deixadas por ele, e pode ter certeza, me arrependi.
O jeito furta cor da loucura, a maldição do desarranjo, das tomadas de decisão
que agora parecem bizarras, erradas, mas voltar ao passado é um simples estado
de nitidez alterado, desorganizado. Eu tive uma chance, e algumas outras em
alguns poucos dias, contados a dedos e de forma pouco metafórica caí num
espaço, me deixei levar em direção ao limbo. Essa ânsia de errar, de voltar e
encarar as coisas com menos medo, com mais cuidado, sem errar exacerbadamente. Mas é passado, fazer o que? Viver para ter
mais algum passado num futuro distante, amante de mim mesmo. Descer do risco de
nunca viver, é melhor viver do que morrer sem ter sentido.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Os olhos claros
Claro que meus olhos te viram...
Vi em teus olhos vertentes
Vi o outro lado deum rio.

Em teus olhos espelhos...
Minha vida a passar
Meus caprichos e teu zelo
Em teus olhos um lugar.

Sobre teus lábios...
Sobre teu cabelo.
Um cheiro.
Um perfume de senhora.

Quero mastigar.
Quero voltar em teus traços.
Quero teu pedaço
E teu todo.

Minha flor...
Meu pudor e minha ira.
Meu instinto, labirintos.
De desejo e ânsia.

O suor do teu corpo
A carne que vibra de desgosto.
Meu perdão
Pagão...
Tua carne é meu pão.
Em goles de vinho.
Eu sempre sozinho.
Olhando-te passar.
Nas esquinas, num bar.
E eu te desenhando em quadros debochados.
Desbotados.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A foice que corta o chão...
A rima que corta o mar...
Um mar que eu nunca vi...
Me vi navegar.

Com os pés no meu silencio.
Os teus olhos debochados.
Nada via aos teus pés.
Fiquei calado.

Perdi a força.
Deixei-me cair.
Afoguei-me em minhas aguas.
Repousei e revivi.

Num grito numa alcova.
Na cidade, nos degraus.
na fogueira minha força...
Um pedido ancestral.

Por trás da serra o teu grito
Um tingir de teu olhar.
Fui buscar em teu sorriso
O meu mar.

De te amar fiquei parado
Na inercia da poeira.
Por trás das cordilheiras.
Renasci além mar.
E morri, sem teu perdão.
Adeus ...

sábado, 21 de maio de 2011

FOME...

Ter fome.
E comer.
Medo de criar
E crescer.
Fome que habita no peito.

Fome. Que te deixa calado.
Tu que serás devorado.
Pela terra que te cuspi-o.

Fome que abrem os dentes.
Mastiga.
Fome ingrata.

Fome que castiga a carne.
Fome...
A cede de ter comida... A fome de te beber.
Fome a putrefação dos que morrem de fome.

Nem mais nem menos.
Os olhos e seus sinais.
Profundos.
Imundos.

Fome e miséria.
Fome de morrer
E morrer pra não ter fome.
Fome que consome.
Fome que distrai.
Fome pra dormir com fome
E amanhecer sem ter dormido.

Fome por carne.
Fome que rasga os pulsos.
Fome e sangue.
Anemia.

Fome é poesia.
Escárnio.
Fome e desprezo.
Fome e seus medos...
Fome é um prato cheio pra querer mais.

TEMPESTADE...

Menina...
Vai lá fora que a chuva vem descendo...
Num breve sereno pra dizer em gotas d’agua que te amo.

Menina dos olhinhos puxados... Leva teu vestido e teu sorriso.
Escancara tua alegria enquanto a agua desce sobre tua face.
Menina...
Não deixe meu coração molhado...
Trás contigo um guarda chuva pra nós dois.
E os teus braços pra esquentar meu canto.

Vê menina?
Que o sol foi e deu lugar a um céu cinzento.
Vem colorir com tua boca, vem completar o arco íris que se formou.
Vem misturar com teu corpo e completar essa cena perfeita.

Menina...
Ouve minha suplica...
Trás teu véu, trás teu calor, trás um gole de cachaça pra esquentar minha calma.
Abre em pequenas brechas tua alma...
Deixa teu pecado aqui comigo.

Menina...

Vê que a chuva não deu trégua.
Volta e enxuga meu espirito.
Vem e faz cessar meus desígnios.
Não deixe que o vento
Corte com o beijo gelado
Meu corpo que já fustigado
Espera há tanto por ti.

sábado, 14 de maio de 2011

medo...

Medo de não acordar.
Medo de ficar parado.
Medo de ser e não ser o que quero.
Medo, por mais que pense e reflita.
Eu tenho medo.

Medo de morrer de medo.
Medo de dormir.
Medo de estar sozinho.
Medo de mim.

Medo que tanto medo.
Medo de cair.
Medo do amanhã.
Medo e pra quê tanto medo?

Medo dos arrepios.
Medo que dá calafrios.
Medo e teus assobios.
Um pouco mais de medo, por favor!

Medo de carência.
Medo e minha displicência.
Medo que faz ter medo.
Medo de mim.
Medo de amar.

Medo e quem quer tê-lo?
Medo...
Meu objetivo é perde-lo.
Mas o medo não se mede.
Ou se tem, ou temos mais medo.

Medo do espelho.
Do vidro quebrado.
Medo de seus bucados.
Medo de ti.

Medo e a foice que me corta a alma.
Medo e o frio da escada.
Medo congela.
Medo invade.
Medo, só mais um pouco de ti.

domingo, 8 de maio de 2011

Sinto-me compelido a amar, e o amor tem tudo que queremos pra não dar errado, eu fico quase parado esperando o futuro abrir as portas e golpes de inocência e alguns prazeres vertiginosos. Volto a lembrar com paciência da adolescência, e dos amores bandidos, amores fingidos, plásticos e inaudíveis. Eu cego esperando o mundo acabar, eu inerte esperando uma donzela a ser resgatada. Hoje sou forçado a amar, não sinto o amor com as pernas tremulas, mas com um contrato na mão, com clausulas rescisórias. O amor já nasce com prazo estipulado pra acabar, pra arrependimentos, aos sabores do vento, sem luas, sem insinuações, com labirintos e amargura. Eu tive um coração e uma mente que mentiu, fiz varias piadas sem graça, e amei por oportunidade e pedi perdão. O amor é mais cético do que eu imaginava, o amante diz amar por certeza, mas finge saber por que ama, proclama mil versos e risos, mas se deixa levar pelo mar de não saber nada. O amor tem um costume, diga-se de passagem, exagerado de enxergar infinitos e imortalidade, já se perde na vaidade, já nasce fardado ao desespero da ameaça iminente. Mas compelido ou não acredito no amor, nas loucuras, nas lembranças, nas lacunas, mesmo sabendo que o sinônimo do amor às vezes gira num universo paralelo aos próprios desígnios, o sofrimento.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homens e mulheres.



Como é engraçado o homem, seu aspecto indestrutível, sua falta de equilíbrio, seu terno azul marinho. Seu jeitinho bizarro, seu orgulho e sua capa de divindade. Homem é mais homem do que deveria ser. Mulher é menos abstrata, é mais direta, é mais focada, é mais ambiciosa. Homem é mais eu mesmo. Mulher é mais requintada, mais preocupada, é mais de si. O homem destrói a mulher com sua índole de malandro mal amado. Mulher busca um colo, homem busca um copo, um prato, mulher quer mais perdão. Homem e sua eterna coceira no saco, suas conversas longas sem ponto e sem vírgula. Mulher fala de cabelo, homem fala de mulheres, mulheres se veem num espelho, homem olham as mulheres. No final o assunto é sempre o mesmo “as mulheres”. Homem é corno, mulher não, no mínimo será a outra. Homem é macho, até o momento das vias de fato, quando vê o ricardão pulando a janela, e ainda vão existir homens que acreditam que aquilo não passa de um momento esquizofrênico, vai entender. Mulher se veste de encantos, homem cobre a pele, se veste de uma roupa, mas pouco importa, poderia ser pele de algum bicho. Hoje tem um homem pós-moderno, de gravatinha de seda, de camisa de grife italiana, de Baton especifico sabor menta. mulher é sempre o assunto, seja feia, seja magra, seja experiente ou aprendiz. Homem sempre se achará “o cara”. Deem um desconto, somos eternos meninões.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Viva! É a voz que ecoa numa parte do mundo devido a morte do irresponsável e louco Osama Bin Laden. Como sempre os pseudos heróis venceram, será? Os estados unidos da América, se orgulha não de uma pátria, mas de um sentimento neo nazista que eles fazem questão em escancarar, de marcar nas caras, nas praças. Terei a ousadia em dizer que não foi unicamente o fato de centenas de inocentes terem morrido que deixou “putos” os americanos, mas a mancha, o país que era tido como onipotente ser atingido no seu coração, com suas próprias armas. Mas qual a diferença entre os terroristas fundamentalistas islâmicos, e os arrogantes governantes americanos? A amerinalhada se orgulha em despejar bombas, em ter o maior potencial bélico, em ter as maiores usinas, em ter o maior poderio nuclear do mundo. Orgulham-se de seu aspecto republicano e democrata, de suas cores, de sangue, e mais sangue, numa infinita bestialidade imperialista. Opressores, a grande maquina continua a girar, a destruir, a consumir milhares. É o ritmo do império do século XXI, não detesto o povo norte americano, mas esse orgulho imbecil, esse sentimento fascista sim. Não estou nem um pouco sentido com a morte de uma pessoa que ceifa centenas de vidas inocentes, mas onde está o corpo do mesmo? Desculpem a minha ignorância, mas é que quando o assunto é estados unidos da América eu sou sim um “são Tomé” só acredito vendo. O terror deve ser repugnado sempre, o povo inocente não tem nada haver com questões culturais, ou intolerância. Seria bom que os estados unidos, tivessem o mesmo principio que usam em relação a si com os outros. Pois para mutilar um povo em prol de uma “democracia” eles não pensam duas vezes. É só lembrar-se do Iraque, Vietnã, entre tantos outros.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Olhar fixo, perdido, traído cheio de entregas. A vida que cabe na palma de sua mão, o vento que entra pela porta avisa, que você não é mais o mesmo, pois agora ama. Seu destino acabou de começar, a lhe dar golpes. O amor não depende só de si mesmo, mas de dois. É um sentimento nobre, e egoísta, traiçoeiro, sem delongas. É um status, uma luta, amargo na despedida, doce nas lembranças. É um sentir esperança, um gesto de loucura, uma procura por prazer. É morrer e adoecer, viver nas esquinas esperando o amor passar por rápidos segundos. O amor é platônico, irônico, chato, é um sentir medo e desespero, e se ver na desgraça do ciúme, é cair no costume, e encher a praça de assobios, e viver de calafrios, sem respeito, sem nada. O amor permite, o amor proíbe, o amor é amar por ter amado, e chorar por ter perdido, é amor, fazer o que?

sábado, 30 de abril de 2011

Morte, para onde com o cheiro?
Vida para ver no espelho.
O rosto de quem?
A vida pra quem?

Teu passo refém,
A vida além,
Dos olhos matinais.

Teu complexo de acabar.
Morte com a faca e dois gumes.
Teu olhar atraente para suicidas e afins.

O fim?
Ou o começo?
Vida só uma?
E qual a outra?

Pasmem teu orgulho.
E acabou...
Um passo, mais um passo
E a sombra acompanhando os dias.

Morte, quem és?
Súbita e ingrata.
Vida o que fosse?
Dura e falida.
Morte e vida, vida e mais vida
Morte e mais lagrimas.
Lembranças em preto e branco
Em HD, morte e vida.

Vida e mais calma.
Morte e a lagrima que vem de quem vive.
Morte e mais piedade, morte e vaidade
Vida e luxuria.

Vida e sorrisos, morte e desgraça.
Só digo uma coisa, sentirei falta de mim.
Quando morrer.
Nada faz muito sentido, e os sentidos são repartidos em instantes, claros pedaços de ausência maliciosa. A boca que se enche de agua quando penso nos beijos que podem ser divididos, nas noites, nos bares. Quimeras, loucuras, ou talvez exatos laços de pretensões. Mas quero continuar com o frio na barriga, quero vibrar em cada nova imagem, em cada encontro sem testemunhas. Preenchem as lacunas, fazem de mim um soma, imperfeita e perfeita por natureza. A timidez do olhar, a boca avermelhada, simples e delicados traços, nem muito, nem pouco, perfeito pela simplicidade. Quero continuar acordado e dormindo durante o dia, vidrado esperando os calafrios da noite seguinte, quero o requinte do verbo querer. Quero ficar louco, mas esperar pra te ver, esperar a rua ficar pequena, quero o olhar da pequena, morena. Quero ficar sem juízo, morrer sem saber, mas saber por que tive. Quero me ausentar em minúsculos instantes do mundo, da vida e me deleitar com o sorriso boca a boca que darei. Um copo, um uma taça, uma vidraça pra refletir teus olhos, um barzinho e um violão pra acompanhar teu ritmo, e a melodia dos segundos sequenciados pelo êxtase. E ao chegar em casa voltar a me deliciar com os sonhos, que por certo vão reviver os momentos que tive.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O final de tudo, em tudo dá medo, não é o espanto, mas as lembranças que caem em nosso colo. A pretensão do desapego e a lágrima que percorre o rosto numa viagem sem medida, sem cuidado. Mesmo sem querer, a vida tira o orgulho com o passado que teima em bater em nossa porta. O pulso lateja, inflama nossa perspectiva. A raiva num misto de loucura, a noite que teima em não passar. A vida, a vida. Que por entre as frestas do espelho nos faz cair no ostracismo. O final em tudo, e por tudo corta o coração, com laminas e afiadas, navalhas, um prazer de sair na praça que acaba e vai por entre os dentes. O frio ardente, o espaço que entra na orbita, e tudo se fecha, como que num pedido de perdão, e na contra mão quase entramos em desespero. Os sorrisos vagabundos mascaram o sentimento, transmitem o oposto. E por dentro o desgosto de não ter mais. O final, por fim acaba com tudo, é um porto inseguro, mas pra todo final teve um começo. Mas recomeçar é duro. O final, perder, acabar, sinônimos? Talvez, pra quem ainda não se deu conta. Não aprendemos a perder, e perder faz parte desse jogo chamado vida, e se ganhamos é pra viver e reaprender que tudo tem o seu valor.
Quando parei para te olhar, ainda era um menino, um quixotesco, com varias ideias soltas. Mas olhei pelo espaço que cabia meu olhar, te vi em pequenos retratos. Não me dei conta, e minha mão começou a acompanhar o tempo, os dias, e as alegrias foram reprimidas. Teu sorriso, a boca discreta, um olhar assustado, introspectivo. Passei, varias vezes ao teu lado, abismado, sem temer e temendo tudo. Imaginei a gota que descia no teu rosto, montei castelos, te imaginei com esmero, com cuidado. Não sei quais as pretensões, ainda procuro o sentimento, procuro nos dias a definição dos meus atos. Mas ainda te olho como antes, com a doçura dos que suspiram sem saber por quê. Ainda te vejo com o olhar quixotesco, com a imaginação marcante dos que procuram a felicidade nos traços curtos, e nas pequenas coisas. Ainda te procuro nos mapas e nos delírios, nas noites na alvorada. Na chama enluarada, nas conquistas, no perder. Ainda vivo parado na esquina, esperando a lucides de teu sorriso, teu olhar em meus olhos, ainda quero o que busco nos sonhos, a natureza que acorda nos abismo que faço para te ter, na alucinação que construí nas minhas noites, madrugadas infinitas. Ainda te quero e não sei por que.

domingo, 3 de abril de 2011

Estou ébrio, ou quase, entre vários copos de cerveja e alguns de uísque. É um bucado arriscado, pensar nas coisas a essa altura, a noite está um pouco mais fria e a vontade de dormir é imensa. Olhei alguns olhos que não me olharam, vi alguém que não me quis. Enfim estou só, bêbado, ou semi bêbado se é que existe isso. Mas estou tranquilo, olhando o universo se postar entre a parede do meu quarto e a muralha do cansaço que paira em mim. Mil olhos escancarados e eu sempre a fim de mim e por mim sem ter medo.
Ao lado estava uma carta, e na outra mão uma lamina afiada. Sangue por toda sala, o escuro e um frio desafiador.
Um silêncio inoportuno e as vestes que antes brancas, estavam num intenso rubro. Uma taça de vinho, alguns antidepressivos “paroxitina”, “rispiridona” e outras drogas do tipo.
O sangue escorria e se espelhava por todo o ambiente. Olhos abertos, ainda assustados, decepcionados, uma ponta de lagrima percorria a face no pedido desesperado de socorro que não veio.
Era madrugada, o vento em consonância com os latidos, cortava a janela e a brecha da porta.
Na carta notas de arrependimento, pedidos angustiados de perdão, elogios escancarados aos que a amavam, suplicas, desafios, medo, pânico. Um choque de postura, um ato ingênuo, ou talvez um reencontro com a loucura. Pedia para não ser julgada, mas já havia sido, e tinha feito justiça com as próprias mãos.
Então dizia o final da carta, num papel amaçado, desbotado, sujo:
“Morri por não ter saber viver, e quem sabe na morte encontre a certeza que não encontrei em vida, vivo com medo de morrer e morro de medo de viver”. ADEUS...

sábado, 2 de abril de 2011

Um amigo certa vez, com o olhar perdido, com um entusiasmo falou-me de uma visão, de uma imagem, e eu coloquei a aquela discrição e tomei parte dessa situação.
-- De calcinha, discreto pedaço a mostra. Azul, de algodão ou lycra. Por entre uma calça jeans, e os olhos fixos, fitando , imaginando a suavidade daquele momento.
Era apenas um pedaço, discreto e despretensioso pedaço de peça intima feminina, mas que combinava com a face elegante daquele menina, e seu corpo bem definido e ousado. Por certo seria infantilidade, um gesto de puberdade, assanhado, lascivo. Fiquei durante eternos segundo olhando, pensando em tudo aquilo, com a índole da moralidade e os instintos reprimidos. Mas nunca esquecerei aquele momento, que subjaz qualquer coisa e qualquer arrependimento.
Se amar é distante, distante se fazem os passos que dei numa estrada sem rumo. Não reclamo das ruas que não encontrei, nem tão pouco fico a ver a vida passar. O amor de pés descalços, de mãos e mil calos. Fustiguei os dias e as pretensas alegrias. O arrependimento veio a minha porta e fez cara de quem escandalizado ficou sozinho. Mil vezes gritei e outras mil deixei rosas para que o vento levasse o perfume que me restou de ti. Meus amores e meus rancores de braços dados nas esquinas imorais, cínicas e sem charme algum. Nem me debrucei, e tão cedo me deixei morrer, aos poucos, vi que tudo às vezes não passa de nada, uma eterna jangada correndo ao mar, sem vento e sem destino.
Aos piegas...

É natural que o mundo seja movido por conceitos infinitos. Cada um tem uma forma de se expressar, conforme a levada do barco e a maré. Tenho visto diversos posicionamentos de vários poetas, alguns com a verdadeira índole dos que amam a arte como elemento subjetivo que subjaz “modinhas”.
Mas muitos são os poetinhas de meia pataca, com seu jeitinho alienado, artistas de programinhas de TV. E é claro, que parece que quanto mais o tempo voa, mas ridículos nos tornamos. As meninas, ah sim, essas ou algumas dessas são levadas ao conceito da “hora”. Geralmente se deixam levar pela ânsia de estar vinculadas a algum padrão pseudo- social. Querem na realidade participar de algo que pareça ser “excêntrico”.
Os românticos, as românticas. Ah eu já li Clarisse Lispector! E o que mais você leu? Ah eu também li Paulo coelho! E Clarisse Lispector, claro! É engraçado, cada um pega um ponto que pareça chamar a atenção e tomam para si, se tornam então “intelectuais” de óculos, mas sem uma coisa que me parece ser fundamental, a naturalidade e claro, “distorção das mesmices marcantes”.
Então eu tenho raiva, ódio não. Tenho um preconceito em relação às condutas que se enquadram na levada da maioria, dos coloridos desbotado das novelas, dos amores que mais parecem a cobertura de maçã do amor.
Desculpe esse tolo, minha intenção não é atingir ninguém, nem tenho “pose” para tal coisa. Sou apenas um ser humano descrevendo outros seres humanos, e que por certo sou descrito por outros tantos, e acredito que nem sempre a descrição seja positiva. Enfim, vivam os piegas, viva os elogios e as criticas.
Quando percebeu já estava com o corpo despido, nu, com as vestes jogadas no chão e olhando com medo e ao mesmo tempo com a ansiedade que toma conta do corpo dentro de quatro paredes. Ergueu a cabeça, e num gesto súbito suspirou, e viu seu ventre aberto, fez caras e bocas, marcou o passo. Nem se deu conta do suor que escorria por todo seu corpo, e a palpitação que aumentava a cada novo lance físico. Sorrisos e arrependimentos, murmúrios, cada nova gota de prazer, cada novo sentido escandaloso, mas não se escandalizou, não titubeou. Arrependimento? Para quê, aquele quarto, aquelas paredes, aqueles gemidos eram as únicas coisas que importavam. O espirito entrava em consonância, um magnetismo suave, uma loucura. Ela sentada, deitada, pernas e mais pernas, risos e alguns gritos libidinosos, uma constante e arrebatadora dança lasciva. E então vem o que se busca, um olhar e um espanto, um pequeno nirvana, um pequeno mundo utópico num pedaço quase que insignificante de minuto. O auge absoluto, a ejaculação frenética, depois o cansado, os abraços, a expressão-- eu te amo! E depois o arrependimento, mas com certeza, tudo reiniciará talvez em outro quarto, mas com as mesmas quatro paredes de testemunha.