Numa bela tarde,
A gente senta na frente do mar,
Colocamos os olhos na imensidão,
De algumas fulguras, de certos receios.
O sol descendo, sendo engolido,
E ali parado tudo faz um sentido,
E a vida é lembrar-se de tudo que aconteceu,
Que por alguns caprichos não vingou.
Vemos nosso passado,
Pegamo-nos com a mão,
E o coração esperando novas palpitações.
Pena não ter teu sorriso,
Pena, não há reflexo te teu ser, em mim numa tarde.
Numa praia, entre as pedras, refletindo sobre eu e quem sabe você.
O certo é que ainda me contendo com o pecado.
Ainda fico sentado, olhando o sol se pôr para dar lugar a uma noite
Prenuncio de um novo dia.
As ondas batendo,
O tempo me querendo,
Eu sufocando, eu te olhando,
Em espelhos imaginários.
Ainda não sei
Se o amor que se foi,
Foi uma vida que não tive,
Ou um pedaço de ti que se desviou,
Fico aqui, tudo colorido, olho para o céu já escuro.
Olho para as estrelas que repartem teus encantos,
Teu senso de colocar a mão em meu destino,
Eu me lembro de ti, como as rugas que marcam com o tempo.
Lembro-me, pois teu cheiro ainda ousa encontrar-me nas tardes,
Ainda te quero e te querendo vou repartindo meus desabafos
Com o outro lado do oceano,
Eu te olhando, em frestas que se abriram com o tempo.
Eu viajei além-mar,
Eu me encantei,
Eu entreguei um pedaço que sobrou de mim.
Se pensas em me resgatar, me encontre em teus cochilos,
Tenha a certeza que ainda divido sonhos,
Ainda te vejo nas lacunas de meus pensamentos.
Te imagino, nem mais, nem menos
Que a imaginação que acalentava meu sonho
Num passado que jaz remoto.
Não posso mais conversar com ninguém,
Mas troco meus delírios com o mar.
Ô mar! Leva minha vida para os lábios que
Ainda anelo,
Leva-me daqui,
Ou mata-me pelo meu pecado, pelo meu atrevimento.
Olhar o mar já fez sentido,
Hoje é passar o tempo,
Descrevendo contos,
Elevando a alma,
Buscando a calma
Que a tua distancia me levou.
E os amores sempre platônicos,
A gente não sente, a gente cria,
E como toda criação, a gente cuida,
A gente embala.
Não te surpreenda,
Se um dia ouvirdes minha voz,
Envolver sem querer, e tocar teus ouvidos,
Para dizer que amanhecer é tudo,
E que ainda vivo na primavera,
Que se encontrava em teus sorrisos.
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