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sábado, 29 de outubro de 2011

na veia...

Ainda vejo o céu azul, mesmo que a noite teime em mascarar seus encantos, vejo-o como sempre imaginei, como sempre busquei. Na vida tive medo de não estar, estive cego, cético e inoportunamente ridículo. Uma sensação de desprezo que ainda toca a minha derme, a agonia introspectiva, o suor frio e o medo de deixar de ser o que eu sempre ousei ser.
Esse deve ser o pecado original, o medo de estar mal, o desejo de viver por viver. Abrir os olhos e ver o mundo em segundos de pedir tudo de volta e você sem pressa dizer “obrigado” por ter me deixado descer mais um pouco na minha ousadia, em querer ser e temer ser quem você é, se drogar, triturar por minutos de devaneios a carne que suplica por uma explicação, na contra mão do inverno, na imitação de um inferno escravizar o corpo por goles desnecessários de “vida ou morte”.
Eu ainda vejo o céu brilhar, vejo encantos, vejo minuciosas luzes, vejo a ausência de cores quando a noite cai em assobios mal amados, eu não precisei de drogas e sua navalha, não precisei viver para crer que o mar de pecados eram simples traços que enfeitavam a calçada de meu bairro.
Eu precisei viver, só o que eu precisei foi ver e enxergar, para notar que o céu não deixou de ser azul quiçá o tempo para pôr ordem em meus sentimentos, pois olhar o que não queremos já é se acovardar sem pensar nas consequências.

Um comentário:

  1. Provavelmente não era seu objetivo, mas ganhou uma fã, estou de fato devorando tudo o que escreve... E talvez seja estranho, mas me identifico com o q tenho lido..
    Suas palavras expressam muitas vezes coisas que sinto e que não consigo expor em palavras tão bem colocadas, é uma sequência fantástica de pensamentos e sensações.

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