Ao lado estava uma carta, e na outra mão uma lamina afiada. Sangue por toda sala, o escuro e um frio desafiador.
Um silêncio inoportuno e as vestes que antes brancas, estavam num intenso rubro. Uma taça de vinho, alguns antidepressivos “paroxitina”, “rispiridona” e outras drogas do tipo.
O sangue escorria e se espelhava por todo o ambiente. Olhos abertos, ainda assustados, decepcionados, uma ponta de lagrima percorria a face no pedido desesperado de socorro que não veio.
Era madrugada, o vento em consonância com os latidos, cortava a janela e a brecha da porta.
Na carta notas de arrependimento, pedidos angustiados de perdão, elogios escancarados aos que a amavam, suplicas, desafios, medo, pânico. Um choque de postura, um ato ingênuo, ou talvez um reencontro com a loucura. Pedia para não ser julgada, mas já havia sido, e tinha feito justiça com as próprias mãos.
Então dizia o final da carta, num papel amaçado, desbotado, sujo:
“Morri por não ter saber viver, e quem sabe na morte encontre a certeza que não encontrei em vida, vivo com medo de morrer e morro de medo de viver”. ADEUS...
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