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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vivemos numa geração, pós moderna. Geração dos jovens coloridos, dos cosplay, das meninas desenhadas de carinhas engraçadas, de cabelinhos de mondinha. Novas pin up, dos jovens de rebeldia duvidosa, com óculos idênticos, jovens preocupados com as tendências cults, com os joguinhos para celular.
Em pensar que um dia existiram jovens que lutavam, por causas comuns, que apanhavam nas ruas por liberdade, por igualdade, por espaço, por seus direitos. Que não se deixavam levar pelo vento e pelo momento. Jovens escandalosos, mal vestidos, sujos, mas com personalidade determinada, ilimitada.
É o preço do desenvolvimento, dos vídeos games moderníssimo, dos filmes em 3D. geração que não inventa, copia, geração das marquinhas e da subversão do próprio caos.
Eu faço parte dessa geração, essa critica não é direcionada a ninguém, nem a nenhum grupo, mas a minha própria falta de mobilidade, minha inércia, meu contentamento descontente.
Ele encontrou certa vez uma criatura e deve por certo ter ficado parado, estático por um bom tempo, contemplando cada pedaço daquela visão, e ela não deve ter percebido a sua lastimável indiscrição.
Seu sangue ficou ligeiramente quente, sua respiração deveras ofegante, pensava e exclamava em silencio – por Deus!
Temos apenas o desejo despretensioso, pois aprendemos desde muito cedo a agir de forma contida e requintada, mas ele queria que todos os conceitos sociais naquele momento tivessem sumido que o instinto tivesse falado mais alto, mas não seria tão fácil, o universo multi colorido de nossa mente, não tem força capaz de deter os costumes sociais.
Observou mais um pouco, com a mente percorrendo aquele silêncio eloquente que pairava naquele lugar, ele e seu conflito imaginava como seria bom que ela olhasse para ele, mas não importava.
Até hoje imagino cada situação tensa com essa forma, essa incrível possibilidade de agir num curto espaço de tempo, a fim de manifestar nossas angustias e nossos desejos, imaginar é não se culpar por erros que podem subverter nossas expectativas.
Às vezes me pego pensando em minha geração, e ai que desconforto me dá, a começar por mim. Não existem mais os “cavaleiros andantes”, nem bela “Dulcinéia”. Os gritos parecem ecoar secos, sem destino, sem endereço pré-estabelecido.
Como é triste pensar na falta de intensidade, a falta de efervescência. Os muros se mancham apenas de oportunistas mesquinhos, as lutas são apenas taxadas de utopias sem forma nem graça. “Sonhar sozinho é só um sonho” e deveras é, mas com a consistência dos ideais e da mobilização proveniente daqueles que sozinhos sonham, soma-se um por um, e então dará o seguinte resultado; “quando se sonha junto é o começo da realidade”.
É bom saber que no meio de tanta gente ingrata, tantas pessoas mecanizadas, fabricadas, existem e sempre existirão pessoas que acreditam nos sonhos, nas perspectivas, que mesmo distantes vão chegar. Como é bom saber que ainda existem pequenos amantes, e grandes cavaleiros, grandes heróis quixotescos.

(LUCIO WAGNER CORRÊIA VIEIRA)
“Dom Quixote o cavaleiro da triste figura” Miguel de Cervantes.
Ai a burguesia, com suas vitrines bem postadas, com seus terninhos bem cortados, desenhados para figuras arrogantes.
Burguesia dos colégios internos, de meninas vestidinhas, produzidas para serem da elite. Os meninos não me toques- Ai pai que haverei de ser quando crescer? Burguesia mecanizada, posta a mesa- Come mais um pouco filhinho, come salmão, come o purezinho, come o caviar.
A burguesia dos barões, dos ladrões de colarinho, dos poetas amorzinhos, da elite que se diz elite, da nobreza, dos brasões.
-Filhinha, aprendes a tocar piano, ou dedilhar violinos.
As madames, que ficam indignadas quando vêm a situação dos menos favorecidos;
- Ai querido, que peninha desses mendigos, mas não abre o vidro do carro.
Dos burgueses calados, dos cínicos que sorriem nas festa – Ai que falta de Educação, que ausência de compostura.
Burguesia dos caprichos, dos somelier- Que vinho me indicas para degustar meu filé?
A burguesia das salas cheirando a novo, dos alfaiates, das gravatinhas borboletas. Dos senhores picaretas, dos whiskys.
Dos filmes antigos, dos atrevidos, da modinha, dos relógios, da ganância, ignorância.
Vão procurar o que fazer, bando de desocupado!!!!!
Afinal de contas quem são os homens?

Seres com sapiência, com consciência e com medos, produto do meio, imagem de um espelho, um existir e desistir. Homens poetas, meio profetas mecanizados. Homens que falam dos homens estudam a si mesmos, homens mortais, morais, imorais. Existencialistas, críticos, antenados.
Evoluídos, mortos, amantes, vibrantes, utópicos. Homens e ancestrais, sobrenaturais, artistas e bandidos. Homens de terno, ou de barba, de tanga ou de calça. Eles vão, caindo em seus desesperos, com seu ego, e sua multi facetas, vão transformando seu e espaço e a sua própria mente. Meio dementes, meio arrogantes, distantes de sua única realidade. Inimigo de si mesmo, um ator transtornado e hipócrita.
Animais intolerantes, de condutas construídas com o tempo, objeto de seus enigmas, suicidas, desorientados. Elementos marcados com o tempo, levados pelo vento e sua entranhas, animais conduzidos pela sua agonia, dependentes, ausentes de seus conceitos, talhados pela subtração de seu cosmos.
Violentos, ou amantes, num tempo ou distante, vão caindo nas mãos do universo, vão decapitando seu orgulho, enrugando sua pele, vão de despedaçando, levando de si cada pedaço, frutificam, vivem, morrem como nasceram, todos são iguais.
A distância, deixa escancarado um querer, um desejo há muito transformado em quimeras. A distancia que faz aguçar os sentidos, que forma sonhos em realidades, e dentro de segundos adormece as vaidades. Distancia que faz querer mais e mais, que reprime nossos dias, e nos dá alegrias e um medo constante. O maior medo é a própria distancia que tornam loucos os mais racionais.
A distância, que nos faz esperar dia após dia a face de quem almejamos, e se estamos parados só tentamos buscar a face de quem em sonhos se faz presente.
A distância, ausente, carente, cheia de caprichos. A distância que consome nossos mitos, nossos ideais, a figura que se forma em metros, a distancia telepata, e ingrata, infiel por estar distante, o querer ignorante, formado de obsessão, o que se leva na contra mão, no surreal.
A distância, é a vontade de estar e não se fazer presente, é ser meio demente, é elevar a alma para brincar de amar, é um pouco mais de busca, é não ignorar um querer, é violar seus instintos e ir além das possibilidades. A distancia é amar em silêncio e gritar sozinho para o vento para que ele leve até os ouvidos da pessoa amada.


(Lucio Wagner)