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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

TINHA TUDO PRA SER...

Tinha tudo pra ser, mas não foi; eles fizeram tudo, absolutamente tudo que descreve um livro de romance. Conheceram-se, deram as mãos, se jogaram, profanaram tudo e todos pelo amor. Fugiram como manda o figurino, se perderam no inverno. Tiveram medo, brigaram, tinha tudo pra ser e não foi. Ele era demagogo e ela uma menina de fácil encantamento. O lado humano começou a falar, os palavrões, os xingamentos, os tabefes.
Onde ficou o amor? Tinha tudo pra ser, mas simplesmente não foi, por razões obvias, lembram-se de Romeu e Julieta? Pois bem, acabaram morrendo abraçados. Lindo não é? Super lírico, que jovem não imaginou um amor assim? Bem tinha tudo pra ser, eles agarrados, perdidos, contra a família, contra o diabo, mas não foi. Romeu morreu que mal há nisso? Ele e Julieta, se foram, duas almas amantes. Tão belo quando os contos de um conto é o realismo, onde seres humanos não são fantoches de dramaturgos, não existe fingimento num quarto repleto de desprazer, de falta de sexo.
Romeu oh Romeu. E mil vezes morreu com as maluquices e esquisitices humanas. O ar esquizofrênico das pessoas cultas, bem vestidas. Tinha tudo pra ser, eles trocaram promessas, trocaram cartas e juras eternas. Mas a civilização tem pressa. Não façam dos amores horrores, mas também não finjam amar platonicamente, não digam por piegas altruístas.
Tinha tudo pra ser, mais uma folha de um livro, um capitulo de um romance com final feliz, mas é apenas carne e sangue, instinto e loucura, sanidade e sentidos, não foi por que na vida não há espaço pra subversão da realidade.

caretas!

Os caretas!!


Passei muito tempo observando e ouvindo os papos “caretas” e os papos “cabeça”, percebi que existem diversos tipos dessa linhagem:
O careta típico: aquele que se veste como o típico nerd
O careta “careta”, aquele que recrimina tudo e todos.
O careta boa pinta, o típico Cult, cheio de conhecimento intelectual e alto nível babaquista.
O careta que acha que o mundo é careta: o típico jogador de fumaça, cheirador de pó. Que acha o resto do mundo clichê e que o mundo é careta por não achar normal o seu comportamento.
O careta com mania de perseguição, acha que o mundo inteiro conspira contra ele.
O careta mórbido, não deixa de ser careta nunca.
E eu que estou aqui fazendo essa M...
TEM ALGO MAIS CARETA QUE ISSO?

O TEMPO!!!

Meus colírios, agora a dor aumenta e a cegueira também. Vou passeando nas lacunas do passado, vejo túmulos e pessoas que se foram, e quem ficou? Ficou para depois, e a saudade já bate na porta dos meus olhos e as lagrimas descem rasgando o que restou de um sorriso. O largo que se foi daquilo que pressentiu com os abraços e bocas caladas. Os olhos ardem, e a visão embasa, corto o pulso com a lamina do tempo. Paro e olho para as escadas que foram erguidas com o que sobrou, e o resto ficou e irá ficar pra sempre enterrado com as lembranças depois da morte, depois do nada.


LUCIO WAGNER

SAUDADE POR: PABLO NERUDA

Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

CRESCER!!

Um dia a gente cresce


Tem gente que vive como Peter Pan e todo seu mundinho juvenil, se recusam a crescer, a viver desvinculado das amarras doces da “infantilidade”. Vivem dentro de caixas de pandora. Não sentem o suave gosto de crescer, das novas expectativas. Ficam eternamente atrelados aos caprichos adolescentes, ao colorido metafórico dos amores antigos. Homens com mitos exagerados, pessoas utópicas, vivendo no mundo de Sófia. Um universo matrix, com muito efeito, é pouco sentido.
É bom crescer, aliás, é natural. O desenvolvimento faz parte da vivencia humana e da convivência. Somos dotados de racionalidade, de instintos, de prazeres, não os poéticos, mas os prazeres reais, vivos. Damos as mãos as oportunidades, sinceramente, agarremos os sentidos, sem mascaras em sem caprichos.
Crescer faz parte de um todo. A inercia da falta de visão a cegueira estilo ambulante pode trazer consequências graves, se é pra viver então viva, se é pra chorar chore. A vida não é um conjunto de simbologias, nem uma quantidade exacerbada de valores subvertidos, deixemos as suplicas, vamos abrir sorrisos “crescer” sem medidas e sem amarras, e depois a gente vê no que dá.

VIDA E VIVER!!!

Vida e viver

A vida, cheia de entregas e de momentos. De seriedade desmedida, amadurecimento precoce e pessoas que vivem em neverland, não crescem nunca.
Choram pelo passado, subestimam o presente, abandonam o futuro de forma erronia e prepotente. Pessoas que caem no sentimento de auto flagelo, gostam de sofrer. Fecham as suas portas para o suave sabor da vida. Não prestam atenção nas oportunidades e culpam a vida, de forma silenciosa e ambiciosa.
Pessoas frustradas com tudo, com um eterno desejo suicida, um coração desfragmentado. Suportam um eterno sentimento de ostracismo . uma ameaça constante de uma vida pós a morte.
Abram os olhos, vida é uma só, melhor viver em plenitude, abraçar o momento, agarrar cada oportunidade como se fosse a ultima. Pois viver pela metade é suicídio e o amanhã é uma eterna incógnita.
Não confundam, portanto a “vida” que é um elemento astrado que representa a matéria, do viver que é algo mais real. Vida pode ser introspectiva, viver deve ser um “prazer”. Um saber introduzir a cada segundo da “vida” algo que faça o viver valera apena.
Acordemos de nossos castelos construídos com esmeros e quimeras, chega das utopias homicidas, chega dos caprichos fúteis das idealizações. Viva e ame, ame e sinta, perca e chore, seja, mas nunca deixa que objetos subjetivos tome conta de seu viver.


(Lucio Wagner)

quem dera...

Quem dera a vida, e o simples luar nos olhos para multiplicar sonhos!
Quem dera o sorriso repartido por entre as estrelas, e eu a olhar da janela do meu quarto.
Que bom seria o doce do vinho descendo na noite, e teu cheiro levado pelo vento, me trazendo lembranças de teus abraços.
Teu calor , num todo ou um pedaço. Um bilhete, uma lembrança.
Quem dera mais um pouco ou muito mais de ti, nas madrugadas, na minha estrada, nos meus caminhos.
Ver ecoar o silêncio do teu carinho, retratar-te em meus poemas, em meus sonetos em minhas rimas.
Cantar meus sonhos deleitar-se em gritos de alegria.
Ver tua face ardendo em harmonia singela, discreta, ver minhas estórias virando pequenos contos, te cantar em liras.
Aos poucos anunciarei em pequenos pergaminhos os desejos que jaz utopias, mas não me canso, das noites e dos carinhos, dos meus abraços sozinhos, estarei só a te dar abraços.
Chega das farsas, do meu sangue embriagado de ti, quem dera voltar e subtrair meus sonhos, somar os desejos e dividir contigo essa vontade de querer.
Ai dos meus olhos, perdidos procurando os últimos resquícios do que ficou!
Ai dos meus sorrisos estremecidos pela ausência de tuas suplicas!
Ai do pouco que sobrou dos caprichos introspectivos.
Na falta de mim, ou a decadência do descontrole “cíclico”, vou conduzindo cada pensamento para a falta de correria.
Ai dos amantes que agora distantes, reaprendem a amar.
E tudo deixa de ser para “ser” novo, e o novo deixa de “ser” para virar lembrança.
Suplicas

Amor,
te perdi para a imensidão
Da tua arrogância.
Não foi a distancia,
Nem o tempo que te arrancou dos meus braços.

Você que tanto buscou
O mar para velejar sozinha,
Fez bocas, deu de ombros o meu carinho.

Repartiu as estrelas em gotas de desespero
Esfacelou meu espelho com teu ego.

Vai procurar teu lugar!
Alguém que te faça amar,
Não pergunte por mim agora.

Não quero saber da tua felicidade,
Vai-te com tua vaidade,
Que meus olhos não vão te ver.

Ai de mim e você,
Agarrados com o passado
Debruçados nas lembranças,
Mas mantenha distancia, não se aproxime de mim.

Não quero pra mim
O fim que me desejasse.
Não quero tuas justificativas
Tuas palavras de acalento.

Foge para longe dos meus “caprichos”
A loucura que te fez descer
Na praia para tecer
Meus últimos pedidos de calma.

E agora todos vão dizer
Que eu estou melhor sozinho
Que eu sou mais eu.

Vão me desejar o céu,
Mas de ti não tenho pedaços.
Então é melhor ficar na solidão por enquanto.
Vou dividir meus prantos com o quarto silencioso.

Que critiquem os sábios
Meu desejo de viver,
Mas ao amanhecer vou estar marcado
Pra acordar e não sorrir.

Tudo vai passar com o tempo,
Mas dei-me um segundo para mudar
Para voltar,
Para viver em paz.

GEORGE HARRISON A ALMA DOS BEATLES!

Morte

Quando eu morrer, quero um lugar calado, uma flor ao meu lado um abraço forte do tempo e a certeza que vive de todas as formas, vou querer um pouco de prosa, e uma música bem suave pra aguçar os instintos.
Vou querer um adeus, das lagrimas que deixei pelo vento. Gostaria de um ultimo olhar, um beijo vulgar, e uma pele bem quente pra me aquecer, um lugar pra esconder meus segredos e minha alma.
Quero estar com calma, não quero voltar pra zombar dos inimigos, quero é aproveitar e ver a retrospectiva da minha vida, que por certo será saudosista. Não quero lembrar da cobiça, nem sentir pena de mim.
Vou acenar para todos, vou estar com frio, vou cruzar o rio num barco sem bote nem remo. Vou nadar por entre os sonhos que tive, os desejos suicidadas e os sonetos da juventude.
Lembrar-me-ei das paixões, irei parar, ouvir e enxergar cada segundo repartido com as mesmices e a falta de ter o que fazer. Quero mais que sonoros gritos de dor, quero a certeza de um amor, e a perspectiva de voltar para o contrario.
Quero estar ao me lado, bem pertinho de mim, mas enquanto esse dia não chega, vou deixar de fazer planos, pois a morte não é ciência exata, é uma certeza ingrata, mas inserta de quando irá chegar.

Lucio Wagner
Não me diga nada.
Quem sou eu para saber,
Se a vida foi embora por nada
Pra onde irá você?

Aos poucos
E com pouco
Um cuidado duvidoso,
Um acaso, nada novo.

Vou desfazendo,
Cada lagrima que prendi
Não me cale, não me deixe sem perdão.

Um amor?
Tenha paciência,
Que descrença
Que pecado.

Pretensão, não faz teu perfil.
Calafrios, uma raiva súbita e invejosa.
Vai-te dos meus dias
Que aquelas agonias serão passadas ao amanhecer.

Onde está você?
No fim ou no começo?
Com medo ou o avesso?
Comigo ou com ninguém?

Se o medo te fez covarde
Foi porque te enganou,
Com seu jeito tão mesquinho
Deu-te pouco carinho
Não te deixou amar ninguém.
A estória começa onde terminam os fatos. Era noite, e o clichê ainda impera nessas palavras. Não fazia diferença, amenos que tudo volte ao seu lugar, o que convenhamos, é impossível. A garganta dele estava cheia de magoa, de um ódio cíclico, seu sangue estava turvo, seus olhos empoeirados. Ele já havia planejado absolutamente tudo, sabia que tudo tinha que correr como o esperado, não podia falhar, até por que era a vida do maior inimigo que estava em jogo. Passou parte da tarde respirando, e planejando cada pedaço milimétrico, cada centímetro, cada passo.
Correu para o banheiro, molhou o rosto mais uma vez, pegou uma faca enverrugada, começou a olhar voltou a olhar —não faz sentido! Disse ele, era obvio demais matar um inimigo de forma tão arcaica, tinha que ser novo pensou ele.
Balbuciou, olhou-se num espelho velho da sala, colocou um pouco de conhaque num copo e um cigarro velho do outro lado. A raiva dele aumentava, porque diabos seu inimigo ainda estava vivo? Perguntas, perguntas, nenhuma resposta.
Enfim tomou coragem, colocou-se a frente de uma janela do quarto, viu de longe o seu inimigo, retrucou por alguns segundos, precisava destruí-lo, ele havia lhe traído, pensou, pensou, analisou cada pedaço incrustado de desespero, as lagrimas começaram a rolar do rosto, como numa ciranda, uma dança sem música.
Tomou mais uma vez seu conhaque, olhou mais uma vez para o maldito. – será que vale a pena? Um cheiro de putrefação invadiu o apartamento, o mau cheiro, cheiro de quem esta a ponto de cometer uma loucura, mas era necessário, dizia ele a si mesmo. Foi mais uma vez a janela, e subitamente pôs fim ao inimigo que lhe prossegui-a. O medo era seu maior inimigo, o suicídio era iminente, ele só esqueceu, que quando o inimigo é o nosso ego, devemos ser mais que humanos, devemos ser fortes, a fraqueza e a deturpação, a subversão humana, e só os “fortes” e virtuosos sobrevivem.