Nas asas e boas asas do tempo,
Continuo olhando o cais por trás de teus olhos.
O vinho do porto, suave, delicado que se derrama em teu olhar
Negro, acentuado.
O toque aveludado de tua pele que pude tocar.
O manjar em teus lábios, a suplica a que venho falar.
Queixo-me de tua ausência, anseio teu paladar.
Renuncio cada verbo, em pecado de amar,
Em fustigar meus desejos.
Ensejar teus carinhos.
Morrer e não me contentar.
Quero sonhar, e em sonhos repartir tua presença
Quero a descrença que não pude olhar, que não pude vingar
Os desejos que ainda ardem e cortam a pele.
Em teus olhos.
Teu sinal marcante,
A seda em fios delicados,
Cabelo negro,
Negro olhar.
Quero-te amiga, quero-te amar
Quero enganar o já confuso labirinto
Que espanta um mar de buscar
O sorriso que te enche a boca
Que te enfeita a face. Quero disfarces, quero você
Quero-te menina e mulher, senhora de contos infinitos.
Quero dar-lhe gritos, de alegria, de fantasias, de devaneios.
O leite que te toca a derme,
Só o que quero é te ter.
Desculpe minha pretensão,
Mas de ilusão e quimeras também vive quem teima amar.
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