Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira. "Ernesto Guevara"
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sobre o fim...
Vou contar-lhes uma estória, espero não vos parecer insolente. Era uma tarde, uma serena e pálida tarde, os pássaros cantavam e anunciavam a noite que estava por vir. Eu estava parado olhando para a imensidão do nada, uma profunda mesmice cheia de mascaras e encantos. Comecei a pensar, e maldita hora que pensamos demais. Comecei e refletir sobre uma coisa chamada vida -- ah! Alguém deve exclamar-- que clichê! Alguém deve dizer, mas eu comecei a pensar sobre a minha vida, sobre o eu e deixei um pouco de lado o coletivo. É quase que obrigatório. ninguém pensa na vida sem pensar na sua irmã, a morte. E aí é onde entra a indiscrição dessa estória, por que morremos? Alguém já deve ter se perguntado, mas de fato pra onde vamos? É estranho pensar que de repente as cores, o toque, as lembranças, cada segundo, tudo se esgota, tudo vai pra um buraco. Sei que o que eu vou falar parece um pouco forte, mas e nosso corpo? Simplesmente fica putrifico, virará pó. Não é sinistro, sinistro é algo psíquico que condicionamos as eventualidades, mas é estranho. Nessa mesma tarde eu reparei na cor das nuvens, na neblina que descia por trás das matas. Meu Deus! Exclamei com uma quantidade exorbitante de medo e de ignorância. Tudo que fazemos, nossos aspectos robóticos, tudo isso se vai, como uma folha seca que cai de uma árvore. Eu comecei a gelar subitamente, fiquei com uma gota de medo ao lado dos olhos, uma pequena quantidade de lagrimas despretensiosas escorriam pelo meu rosto. – é loucura! Disse eu pra mim mesmo. Eu fiquei aquela tarde inteira pensando, me dei conta de que nada sabemos, além do que já haviam nos contado. Comecei a pensar que os vários anos de evolução, na verdade não passavam de instantes de devaneios humanos, alucinações e recriações da imortalidade. Mas todos morremos e reaprendemos a ter medo, ter dores. Vi naquela tarde que as dores são infinitas, que apenas criamos cascas, casulos para reprimir nossas expectativas assombrosas, nossos receios. Enxerguei que por mais que busquemos a imortalidade, ela se encontra onde começa a alma, onde nascem os que amam e os que esperam da vida o exagero chamado amor.
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