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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MONÓLOGO DE UM ARTIFICIAL...

Monologo de um artificial...


Eu morri essa noite, e agora me deparo com aquele que ficou, será meu corpo ou minha alma tentando se encontrar? Que demência a dele, talvez eu esteja perdido. Pode ser mais um sonho ou sei lá, ou eu esteja delirando. Bem, tudo é possível! Mas por que eu estou aqui me imaginando? Por que estou aqui contemplando-me? É possível? Bem, não sei, mas vou aproveitar para ver o meu comportamento. Como as pessoas são pequenas daqui de cima! E o que eu estou fazendo sozinho naquele lugar? Devo estar pensando, claro que eu nem me imaginava desse ângulo. E aqueles sorrisos? Será realmente que eu morri? Não sinto meu corpo, isso é um péssimo sinal! Também, quem manda ter ficado daquele jeito, eu nem olhei o céu, nem tocava no chão, não ligava para o ar, mas quem liga pra o ar? É, mas está complicado, é sufocante isso aqui, bem que eu queria um pouco daquelas coisas sem valor. E por que não vejo mais as estrelas? Ai meu Deus! Não tenho nem sequer mais cor, nem sorrisos, nem mesmo imagem. Mas eu conquistei carros, isso sim deve ser eterno, meu relógio suíço, minha mansão, ah sim ainda tenho tudo isso! Ah, putz! Esqueci, como irei usufruir disso se estou morto? E agora o que me resta? Talvez eu ainda possa olhar o mar, ou as arvores, tocar as pedras, abraçar pessoas, sim devo e preciso fazer isso, mas como vou fazer isso? Nem amigos eu tinha! Ah! Também quem iria perder tempo com essas bobagens? Eu devia ter feito realmente tudo que fiz! Mas o que eu fiz de verdade? Pelo menos minha família lembrará de mim. Mas eu não tinha uma família! Oh droga! O que restou para mim? Eu sou rico não sou? Posso ter tudo que eu quiser. Ah sim, tudo, absolutamente tudo! Mas como farei para usar meus milhões para retornar a vida? Deve se ter um jeito, tem jeito pra tudo, é só dar um jeitinho, com dinheiro tudo se arruma, mas como pegarei se estou aqui sem ar, sem cor, sem vida? Tudo é preto e branco, também nunca colori, nunca decorei meus quadros com uma aquarela. Agora estou me sentindo só, e talvez alguém me ouça! Mas como se tudo que eu fiz foi um fazer nada? Busquei muita coisa lá na vida, mas aqui, morto, calado, nesse frio glacial, nessa sensação anormal, nesse espanto. Sinto que deveria ter sido gente, mas fui objeto. Mas chega! Ufa! Ainda bem, era só um sonho!

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