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sábado, 19 de março de 2011

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Eu tive um medo enorme, quando a porta bateu e o final me surpreendeu de repente. Meu coração se fez ausente e eu fiquei pensando no passado que se foi pela porta. O final é tudo que não queremos, mas não escolhemos, é algo banal. É natural, mas a dor é algo que invade cada pedaço do ser, cada parte das calçadas, das ruas, faz roer e mastigar as unhas, uma por uma, sem dó e sem piedade. Tudo que eu queria era voltar, pedir arrego, pedir para ficar por mais um tempo. Mas as escolhas dependem de oportunidades, e eu tive, não posso reclamar. O tempo vai engolindo tudo, como o leão faminto devora suas presas, destrói as lembranças, ficam algumas lagrimas. Eu acordei num dia, e acordei apavorado, e agora aqui parado olho para o passado como quem tenta enxergar o futuro. Arrependo-me de muita coisa, mas não me lamento, mas por algum momento queria estar lá sentado, recitando ao teu lado o mundo que se formou nesse tempo. Mas entre eu e as dores do que não tive, ficam as marcas que podem fazer de mim um novo ser, sem luxos ou vaidades, apenas loucuras que me fazem debater as pernas quando estou voltado para a simplicidade que me faz viver. Hoje acordei, e não vi o que queria, mas as alegrias ainda estão ao meu lado.



LUCIO WAGNER

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