A pedra que subia...
Subia pra pensar, entre folhas
Eucaliptos, cheiro de mato e poeira nos olhos.
Subia apressado,
Subia e me cortava,
O suor na testa, pra chegar em cima.
E quando chegava, 
Pensamentos conectados com o nada...
O absoluto nada...
Gritava, pulava, corria, mordia os  lábios.
O cheiro de terra, 
Cheiro de canavial,
Ladeira, e mais ladeira...
Lajedo...
Espinhos e pedrinhas...
Carne viva...
Mas tudo vale apena...
Em subir tudo já se refaz, cansaço, falta de  folego
Tudo recuperado. 
A pedra  e minha infância,
A pedra e minha adolescência...
De  cima vejo a usina,
De cima vejo resquícios de mata atlântica,
Açudes, folhagens ...
Outras cidades,
Outros distritos. 
Outras pessoas. 
Cacimbas, 
E um eu retirante, 
Um “eu  lírico”. 
Um eu que queria mais. 
A pedra e meu refugio,
A pedra e meu  lugar,
Nossas tardes, nossas rimas.
E nossos discursos
A brindar sempre com pontualidade
Os fins de tarde.

 
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