Morte, para onde com o cheiro?
Vida para ver no espelho.
O rosto de quem?
A vida pra quem?
Teu passo refém,
A vida além,
Dos olhos matinais.
Teu complexo de acabar.
Morte com a faca e dois gumes.
Teu olhar atraente para suicidas e afins.
O fim?
Ou o começo?
Vida só uma?
E qual a outra?
Pasmem teu orgulho.
E acabou...
Um passo, mais um passo
E a sombra acompanhando os dias.
Morte, quem és?
Súbita e ingrata.
Vida o que fosse?
Dura e falida.
Morte e vida, vida e mais vida
Morte e mais lagrimas.
Lembranças em preto e branco
Em HD, morte e vida.
Vida e mais calma.
Morte e a lagrima que vem de quem vive.
Morte e mais piedade, morte e vaidade
Vida e luxuria.
Vida e sorrisos, morte e desgraça.
Só digo uma coisa, sentirei falta de mim.
Quando morrer.
Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira. "Ernesto Guevara"
sábado, 30 de abril de 2011
Nada faz muito sentido, e os sentidos são repartidos em instantes, claros pedaços de ausência maliciosa. A boca que se enche de agua quando penso nos beijos que podem ser divididos, nas noites, nos bares. Quimeras, loucuras, ou talvez exatos laços de pretensões. Mas quero continuar com o frio na barriga, quero vibrar em cada nova imagem, em cada encontro sem testemunhas. Preenchem as lacunas, fazem de mim um soma, imperfeita e perfeita por natureza. A timidez do olhar, a boca avermelhada, simples e delicados traços, nem muito, nem pouco, perfeito pela simplicidade. Quero continuar acordado e dormindo durante o dia, vidrado esperando os calafrios da noite seguinte, quero o requinte do verbo querer. Quero ficar louco, mas esperar pra te ver, esperar a rua ficar pequena, quero o olhar da pequena, morena. Quero ficar sem juízo, morrer sem saber, mas saber por que tive. Quero me ausentar em minúsculos instantes do mundo, da vida e me deleitar com o sorriso boca a boca que darei. Um copo, um uma taça, uma vidraça pra refletir teus olhos, um barzinho e um violão pra acompanhar teu ritmo, e a melodia dos segundos sequenciados pelo êxtase. E ao chegar em casa voltar a me deliciar com os sonhos, que por certo vão reviver os momentos que tive.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O final de tudo, em tudo dá medo, não é o espanto, mas as lembranças que caem em nosso colo. A pretensão do desapego e a lágrima que percorre o rosto numa viagem sem medida, sem cuidado. Mesmo sem querer, a vida tira o orgulho com o passado que teima em bater em nossa porta. O pulso lateja, inflama nossa perspectiva. A raiva num misto de loucura, a noite que teima em não passar. A vida, a vida. Que por entre as frestas do espelho nos faz cair no ostracismo. O final em tudo, e por tudo corta o coração, com laminas e afiadas, navalhas, um prazer de sair na praça que acaba e vai por entre os dentes. O frio ardente, o espaço que entra na orbita, e tudo se fecha, como que num pedido de perdão, e na contra mão quase entramos em desespero. Os sorrisos vagabundos mascaram o sentimento, transmitem o oposto. E por dentro o desgosto de não ter mais. O final, por fim acaba com tudo, é um porto inseguro, mas pra todo final teve um começo. Mas recomeçar é duro. O final, perder, acabar, sinônimos? Talvez, pra quem ainda não se deu conta. Não aprendemos a perder, e perder faz parte desse jogo chamado vida, e se ganhamos é pra viver e reaprender que tudo tem o seu valor.
Quando parei para te olhar, ainda era um menino, um quixotesco, com varias ideias soltas. Mas olhei pelo espaço que cabia meu olhar, te vi em pequenos retratos. Não me dei conta, e minha mão começou a acompanhar o tempo, os dias, e as alegrias foram reprimidas. Teu sorriso, a boca discreta, um olhar assustado, introspectivo. Passei, varias vezes ao teu lado, abismado, sem temer e temendo tudo. Imaginei a gota que descia no teu rosto, montei castelos, te imaginei com esmero, com cuidado. Não sei quais as pretensões, ainda procuro o sentimento, procuro nos dias a definição dos meus atos. Mas ainda te olho como antes, com a doçura dos que suspiram sem saber por quê. Ainda te vejo com o olhar quixotesco, com a imaginação marcante dos que procuram a felicidade nos traços curtos, e nas pequenas coisas. Ainda te procuro nos mapas e nos delírios, nas noites na alvorada. Na chama enluarada, nas conquistas, no perder. Ainda vivo parado na esquina, esperando a lucides de teu sorriso, teu olhar em meus olhos, ainda quero o que busco nos sonhos, a natureza que acorda nos abismo que faço para te ter, na alucinação que construí nas minhas noites, madrugadas infinitas. Ainda te quero e não sei por que.
domingo, 3 de abril de 2011
Estou ébrio, ou quase, entre vários copos de cerveja e alguns de uísque. É um bucado arriscado, pensar nas coisas a essa altura, a noite está um pouco mais fria e a vontade de dormir é imensa. Olhei alguns olhos que não me olharam, vi alguém que não me quis. Enfim estou só, bêbado, ou semi bêbado se é que existe isso. Mas estou tranquilo, olhando o universo se postar entre a parede do meu quarto e a muralha do cansaço que paira em mim. Mil olhos escancarados e eu sempre a fim de mim e por mim sem ter medo.
Ao lado estava uma carta, e na outra mão uma lamina afiada. Sangue por toda sala, o escuro e um frio desafiador.
Um silêncio inoportuno e as vestes que antes brancas, estavam num intenso rubro. Uma taça de vinho, alguns antidepressivos “paroxitina”, “rispiridona” e outras drogas do tipo.
O sangue escorria e se espelhava por todo o ambiente. Olhos abertos, ainda assustados, decepcionados, uma ponta de lagrima percorria a face no pedido desesperado de socorro que não veio.
Era madrugada, o vento em consonância com os latidos, cortava a janela e a brecha da porta.
Na carta notas de arrependimento, pedidos angustiados de perdão, elogios escancarados aos que a amavam, suplicas, desafios, medo, pânico. Um choque de postura, um ato ingênuo, ou talvez um reencontro com a loucura. Pedia para não ser julgada, mas já havia sido, e tinha feito justiça com as próprias mãos.
Então dizia o final da carta, num papel amaçado, desbotado, sujo:
“Morri por não ter saber viver, e quem sabe na morte encontre a certeza que não encontrei em vida, vivo com medo de morrer e morro de medo de viver”. ADEUS...
Um silêncio inoportuno e as vestes que antes brancas, estavam num intenso rubro. Uma taça de vinho, alguns antidepressivos “paroxitina”, “rispiridona” e outras drogas do tipo.
O sangue escorria e se espelhava por todo o ambiente. Olhos abertos, ainda assustados, decepcionados, uma ponta de lagrima percorria a face no pedido desesperado de socorro que não veio.
Era madrugada, o vento em consonância com os latidos, cortava a janela e a brecha da porta.
Na carta notas de arrependimento, pedidos angustiados de perdão, elogios escancarados aos que a amavam, suplicas, desafios, medo, pânico. Um choque de postura, um ato ingênuo, ou talvez um reencontro com a loucura. Pedia para não ser julgada, mas já havia sido, e tinha feito justiça com as próprias mãos.
Então dizia o final da carta, num papel amaçado, desbotado, sujo:
“Morri por não ter saber viver, e quem sabe na morte encontre a certeza que não encontrei em vida, vivo com medo de morrer e morro de medo de viver”. ADEUS...
sábado, 2 de abril de 2011
Um amigo certa vez, com o olhar perdido, com um entusiasmo falou-me de uma visão, de uma imagem, e eu coloquei a aquela discrição e tomei parte dessa situação.
-- De calcinha, discreto pedaço a mostra. Azul, de algodão ou lycra. Por entre uma calça jeans, e os olhos fixos, fitando , imaginando a suavidade daquele momento.
Era apenas um pedaço, discreto e despretensioso pedaço de peça intima feminina, mas que combinava com a face elegante daquele menina, e seu corpo bem definido e ousado. Por certo seria infantilidade, um gesto de puberdade, assanhado, lascivo. Fiquei durante eternos segundo olhando, pensando em tudo aquilo, com a índole da moralidade e os instintos reprimidos. Mas nunca esquecerei aquele momento, que subjaz qualquer coisa e qualquer arrependimento.
-- De calcinha, discreto pedaço a mostra. Azul, de algodão ou lycra. Por entre uma calça jeans, e os olhos fixos, fitando , imaginando a suavidade daquele momento.
Era apenas um pedaço, discreto e despretensioso pedaço de peça intima feminina, mas que combinava com a face elegante daquele menina, e seu corpo bem definido e ousado. Por certo seria infantilidade, um gesto de puberdade, assanhado, lascivo. Fiquei durante eternos segundo olhando, pensando em tudo aquilo, com a índole da moralidade e os instintos reprimidos. Mas nunca esquecerei aquele momento, que subjaz qualquer coisa e qualquer arrependimento.
Se amar é distante, distante se fazem os passos que dei numa estrada sem rumo. Não reclamo das ruas que não encontrei, nem tão pouco fico a ver a vida passar. O amor de pés descalços, de mãos e mil calos. Fustiguei os dias e as pretensas alegrias. O arrependimento veio a minha porta e fez cara de quem escandalizado ficou sozinho. Mil vezes gritei e outras mil deixei rosas para que o vento levasse o perfume que me restou de ti. Meus amores e meus rancores de braços dados nas esquinas imorais, cínicas e sem charme algum. Nem me debrucei, e tão cedo me deixei morrer, aos poucos, vi que tudo às vezes não passa de nada, uma eterna jangada correndo ao mar, sem vento e sem destino.
Aos piegas...
É natural que o mundo seja movido por conceitos infinitos. Cada um tem uma forma de se expressar, conforme a levada do barco e a maré. Tenho visto diversos posicionamentos de vários poetas, alguns com a verdadeira índole dos que amam a arte como elemento subjetivo que subjaz “modinhas”.
Mas muitos são os poetinhas de meia pataca, com seu jeitinho alienado, artistas de programinhas de TV. E é claro, que parece que quanto mais o tempo voa, mas ridículos nos tornamos. As meninas, ah sim, essas ou algumas dessas são levadas ao conceito da “hora”. Geralmente se deixam levar pela ânsia de estar vinculadas a algum padrão pseudo- social. Querem na realidade participar de algo que pareça ser “excêntrico”.
Os românticos, as românticas. Ah eu já li Clarisse Lispector! E o que mais você leu? Ah eu também li Paulo coelho! E Clarisse Lispector, claro! É engraçado, cada um pega um ponto que pareça chamar a atenção e tomam para si, se tornam então “intelectuais” de óculos, mas sem uma coisa que me parece ser fundamental, a naturalidade e claro, “distorção das mesmices marcantes”.
Então eu tenho raiva, ódio não. Tenho um preconceito em relação às condutas que se enquadram na levada da maioria, dos coloridos desbotado das novelas, dos amores que mais parecem a cobertura de maçã do amor.
Desculpe esse tolo, minha intenção não é atingir ninguém, nem tenho “pose” para tal coisa. Sou apenas um ser humano descrevendo outros seres humanos, e que por certo sou descrito por outros tantos, e acredito que nem sempre a descrição seja positiva. Enfim, vivam os piegas, viva os elogios e as criticas.
É natural que o mundo seja movido por conceitos infinitos. Cada um tem uma forma de se expressar, conforme a levada do barco e a maré. Tenho visto diversos posicionamentos de vários poetas, alguns com a verdadeira índole dos que amam a arte como elemento subjetivo que subjaz “modinhas”.
Mas muitos são os poetinhas de meia pataca, com seu jeitinho alienado, artistas de programinhas de TV. E é claro, que parece que quanto mais o tempo voa, mas ridículos nos tornamos. As meninas, ah sim, essas ou algumas dessas são levadas ao conceito da “hora”. Geralmente se deixam levar pela ânsia de estar vinculadas a algum padrão pseudo- social. Querem na realidade participar de algo que pareça ser “excêntrico”.
Os românticos, as românticas. Ah eu já li Clarisse Lispector! E o que mais você leu? Ah eu também li Paulo coelho! E Clarisse Lispector, claro! É engraçado, cada um pega um ponto que pareça chamar a atenção e tomam para si, se tornam então “intelectuais” de óculos, mas sem uma coisa que me parece ser fundamental, a naturalidade e claro, “distorção das mesmices marcantes”.
Então eu tenho raiva, ódio não. Tenho um preconceito em relação às condutas que se enquadram na levada da maioria, dos coloridos desbotado das novelas, dos amores que mais parecem a cobertura de maçã do amor.
Desculpe esse tolo, minha intenção não é atingir ninguém, nem tenho “pose” para tal coisa. Sou apenas um ser humano descrevendo outros seres humanos, e que por certo sou descrito por outros tantos, e acredito que nem sempre a descrição seja positiva. Enfim, vivam os piegas, viva os elogios e as criticas.
Quando percebeu já estava com o corpo despido, nu, com as vestes jogadas no chão e olhando com medo e ao mesmo tempo com a ansiedade que toma conta do corpo dentro de quatro paredes. Ergueu a cabeça, e num gesto súbito suspirou, e viu seu ventre aberto, fez caras e bocas, marcou o passo. Nem se deu conta do suor que escorria por todo seu corpo, e a palpitação que aumentava a cada novo lance físico. Sorrisos e arrependimentos, murmúrios, cada nova gota de prazer, cada novo sentido escandaloso, mas não se escandalizou, não titubeou. Arrependimento? Para quê, aquele quarto, aquelas paredes, aqueles gemidos eram as únicas coisas que importavam. O espirito entrava em consonância, um magnetismo suave, uma loucura. Ela sentada, deitada, pernas e mais pernas, risos e alguns gritos libidinosos, uma constante e arrebatadora dança lasciva. E então vem o que se busca, um olhar e um espanto, um pequeno nirvana, um pequeno mundo utópico num pedaço quase que insignificante de minuto. O auge absoluto, a ejaculação frenética, depois o cansado, os abraços, a expressão-- eu te amo! E depois o arrependimento, mas com certeza, tudo reiniciará talvez em outro quarto, mas com as mesmas quatro paredes de testemunha.
Arrependimento
Tentei acertar, e errando nem me dei conta das consequências. Fiz mal e acreditei na mentira que transtornava meus olhos.
Fui arrogante, leviano e não pensei em teu sofrimento que era obvio. Dei as costas, e te machuquei, mesmo sem saber ou acreditar.
Surtei diversas vezes, passei para o lado contrario da razão. Rasguei em pequenos pedaços teu orgulho. Entrei numa nave chamada sonho e me debrucei, me desliguei aos poucos da realidade.
Restaram as sombras, os calafrios e o silencio cortante. Os reflexos, o flash back, que atormenta o escuro da minha alcova. Por fim não tive cuidado, excedi o espaço que ficava entre meus dedos, ninguém erra querendo errar, mas erramos e o arrependimento é inevitável, para não dizer necessário.
Tentei acertar, e errando nem me dei conta das consequências. Fiz mal e acreditei na mentira que transtornava meus olhos.
Fui arrogante, leviano e não pensei em teu sofrimento que era obvio. Dei as costas, e te machuquei, mesmo sem saber ou acreditar.
Surtei diversas vezes, passei para o lado contrario da razão. Rasguei em pequenos pedaços teu orgulho. Entrei numa nave chamada sonho e me debrucei, me desliguei aos poucos da realidade.
Restaram as sombras, os calafrios e o silencio cortante. Os reflexos, o flash back, que atormenta o escuro da minha alcova. Por fim não tive cuidado, excedi o espaço que ficava entre meus dedos, ninguém erra querendo errar, mas erramos e o arrependimento é inevitável, para não dizer necessário.
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