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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A estória começa onde terminam os fatos. Era noite, e o clichê ainda impera nessas palavras. Não fazia diferença, amenos que tudo volte ao seu lugar, o que convenhamos, é impossível. A garganta dele estava cheia de magoa, de um ódio cíclico, seu sangue estava turvo, seus olhos empoeirados. Ele já havia planejado absolutamente tudo, sabia que tudo tinha que correr como o esperado, não podia falhar, até por que era a vida do maior inimigo que estava em jogo. Passou parte da tarde respirando, e planejando cada pedaço milimétrico, cada centímetro, cada passo.
Correu para o banheiro, molhou o rosto mais uma vez, pegou uma faca enverrugada, começou a olhar voltou a olhar —não faz sentido! Disse ele, era obvio demais matar um inimigo de forma tão arcaica, tinha que ser novo pensou ele.
Balbuciou, olhou-se num espelho velho da sala, colocou um pouco de conhaque num copo e um cigarro velho do outro lado. A raiva dele aumentava, porque diabos seu inimigo ainda estava vivo? Perguntas, perguntas, nenhuma resposta.
Enfim tomou coragem, colocou-se a frente de uma janela do quarto, viu de longe o seu inimigo, retrucou por alguns segundos, precisava destruí-lo, ele havia lhe traído, pensou, pensou, analisou cada pedaço incrustado de desespero, as lagrimas começaram a rolar do rosto, como numa ciranda, uma dança sem música.
Tomou mais uma vez seu conhaque, olhou mais uma vez para o maldito. – será que vale a pena? Um cheiro de putrefação invadiu o apartamento, o mau cheiro, cheiro de quem esta a ponto de cometer uma loucura, mas era necessário, dizia ele a si mesmo. Foi mais uma vez a janela, e subitamente pôs fim ao inimigo que lhe prossegui-a. O medo era seu maior inimigo, o suicídio era iminente, ele só esqueceu, que quando o inimigo é o nosso ego, devemos ser mais que humanos, devemos ser fortes, a fraqueza e a deturpação, a subversão humana, e só os “fortes” e virtuosos sobrevivem.

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